Há, ainda, outras situações, como as faltas atacantes sem bola, ou as violações de área por parte dos jogadores que não têm posse de bola, que estavam já regulamentadas, e que deverão continuar a ser alvo de particular cuidado.
100 000 visitas. Para um espaço que se prende apenas com o estudo e a análise das regras e leis de Andebol, é muito significativo. Muito obrigado! E como sempre digo... este espaço é de todos, para todos.
sábado, 25 de setembro de 2010
NOVAS REGRAS 2010 - outros casos
Há, ainda, outras situações, como as faltas atacantes sem bola, ou as violações de área por parte dos jogadores que não têm posse de bola, que estavam já regulamentadas, e que deverão continuar a ser alvo de particular cuidado.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
NOVAS REGRAS 2010 - zona da mesa
Nela, não é permitida a permanência de qualquer elemento ligado às equipas, exceptuando os casos em que existe a necessidade de um contacto com a mesa para um qualquer esclarecimento, ou para a solicitação de um time-out.

Aqui surge a necessidade de haver um pouco de bom senso e compreensão da parte de quem dirige o jogo e de quem está na mesa. Não é por um treinador estar com um pé do outro lado da linha que se vai interromper o jogo, nem tão pouco se vai punir alguém que esporadicamente por lá passar de forma justificada.
Além disso, se nós pedimos compreensão para os erros de adaptação decorrentes destas alterações, também temos de ser compreensivos com a outra parte.
Fica a necessidade de fazer aqui uma distinção...
Já me foi dito por algumas pessoas (de clubes, entenda-se) que esta zona corresponde à zona de substituições. Erro! A zona de substituições tem 4,5m para cada lado, e não 3,5m. A marcação a introduzir não deverá coincidir com o prolongamento da linha de substituições!
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
NOVAS REGRAS 2010 - situação do GR
- O GR da equipa A defende um remate;
- O ponta esquerda da equipa A sai em contra-ataque, virado para o seu próprio meio campo, com o intuito de peceber o desenrolar dos acontecimentos;
- O GR de A tenta colocar a bola no seu PE, através de contra-ataque directo;
- O GR de B sai ao lance;
- O PE de A e o GR de B colidem no seu movimento.
Decisão disciplinar:
Desqualificação para o GR de B.
Decisão técnica:
Livre de 7m, considerando que se geraria uma clara oportunidade de golo.
E na hora de discutir as variantes, podemos pensar no tal conceito de justiça... Mas a questão que se coloca é a de outro conceito, o de RESPONSABILIDADE.
Quem tem a responsabilidade do contacto? O GR.
Quem poderia ter evitado o contacto? O GR.
Quem corre o maior risco de lesão? O ponta.
Quem se deve punir? O GR...
Pessoalmente, acho que esta lei é demasiado restritiva e castradora dos movimentos dos GR, mas tornou-se imperioso criar um critério, e este foi o escolhido. Resta aos GR serem perspicazes na hora de optarem pela tentativa de interceptar um contra-ataque. Mas vamos às variantes.
- E se o GR agarra a bola primeiro e só depois se dá o contacto com o ponta em corrida? Cartão vermelho ao GR e livre de 7m.
- E se o GR se arrepende e tenta recuar, não conseguindo evitar o contacto com o ponta em corrida? Cartão vermelho ao GR e livre de 7m.
- E se nenhum dos 2 agarra a bola e só ocorre o contacto? Cartão vermelho ao GR. Livre de 7m se se entende que o jogador em contra-ataque poderia criar uma oportunidade de golo se controlasse a bola.
- E se o ponta agarra a bola, passa pelo GR, e é agarrado por este LATERALMENTE? Livre de 7m e exclusão de 2 minutos ao GR.
- E se o jogador em contra-ataque se apercebe da presença do GR, se vira e vai contra o GR TENTANDO SACAR A DESQUALIFICAÇÃO AO SEU ADVERSÁRIO? Falta atacante e exclusão ao jogador que fazia o contra-ataque.
A variante 5 deixa claro que não se deve marcar SÓ falta atacante. Nos casos destes contactos mais duros, haverá sempre quem tem a responsabilidade de evitar o contacto, podendo, no caso do atacante, considerar-se que houve tentativa de ludibriar o árbitro através de simulação.
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
NOVAS REGRAS 2010 - sanções (exemplos)
- Contactos fortes, sem intenção de só controlar (EXCLUSÃO);
- Impactos que não permitem qualquer defesa ou protecção por parte de quem os sofre (DESQUALIFICAÇÃO).
EXCLUSÃO
No ponto 1, estão aquelas situações que poderão ser punidas com sanção progressiva, mas também há outras situações que justificam uma exclusão directamente, sem passar pelo amarelo. Posso dar alguns exemplos:
- Jogador em velocidade sofre um contacto lateral que o desequilibra;
- Jogador COM OU SEM BOLA é agarrado de tal forma que não se consegue mexer;
- Jogador viola a sua área de baliza propositadamente para fazer falta a um jogador que está em remate.
Outros exemplos que não envolvem contacto físico:
- Protestos exagerados;
- Simulações;
- Cortes com o pé, quando a bola se dirige para um jogador isolado (ou que pode criar uma clara oportunidade de golo).
DESQUALIFICAÇÃO
Aqui estão aqueles casos sérios, de conduta anti-desportiva grave, sob qualquer forma. Com exemplos:
- Toque no pé do ponta, com este em salto;
- Empurrar jogadores em suspensão;
- Contactos violentos na cara;
- Empurrar com força pelas costas;
- Bola na cara do GR, num livre de 7m, se este se mantém imóvel;
- Situação de último minuto.
Claro que outras situações como insultos, protestos fora de todos os limites, ou várias outras formas de desrespeito poderão ser, como sempre, alvo de cartão vermelho.
Convém recordar que a expulsão, através da mal amada cruzeta, foi extinta. Por um lado compreendo, uma vez que muitas vezes nem o público sabia o que isso era. E quando era aplicada...
Passou a haver agora situações de desqualificação COM e SEM relatório escrito. Penso que dá para perceber, através de dois exemplos simples. Se um jogador é desqualificado por uma situação de jogo como uma rasteira, não é alvo de relatório. Se, por outro lado, o cartão vermelho surge por um insulto ou uma agressão, então haverá relatório.
Recordo, também, que o último minuto continua a ser alvo de vigilância mais atenta, e que as condutas anti-desportivas deverão continuar a ser sancionadas com dureza. A diferença é que o resultado deixa de ser um factor decisivo na atribuição das sanções por parte dos árbitros. Toma-se atenção à ATITUDE dos intervenientes. Quantas vezes não vemos ajustes de contas nesta fase dos jogos?
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
NOVAS REGRAS 2010 - sanções (critérios)
- Posição do corpo
- Parte do corpo
- Dinâmica de jogo
- Efeito do contacto
POSIÇÃO DO CORPO
Este critério é relativamente simples de entender. Se o contacto é frontal, será uma situação menos grave, mas se for lateral ou pelas costas, após a passagem do atacante, então poderá ser algo mais complicado.

PARTE DO CORPO
Também aqui se percebe facilmente o que se quer dizer. Um toque dado no tronco é bem menos perigoso que um dado na cara ou cabeça.
Ex.1: Contacto efectuado no peito, sem qualquer intenção de magoar. Decisão: Não sancionar disciplinarmente.
Ex.2: Agarrar lateral ao nível do pescoço. Decisão: Sancionar disciplinarmente.

DINÂMICA DE JOGO
Por dinâmica, poderá entender-se a situação em que o jogo se encontra. Jogador equilibrado ou em velocidade ou desequilíbrio, por exemplo?
Ex.1: Jogador aos 9m, se não sofrer um empurrão forte, à partida manterá o equilíbrio, pelo menos não de forma potencialmente perigosa. Decisão: Não sancionar disciplinarmente.

Ex.2: Jogadora desequilibrada, em remate aos 6m. A maioria das faltas poderá ser perigosa. Decisão: Sancionar disciplinarmente.

A falta provoca lesões? Desequilibra seriamente? É um empurrão contra uma parede?
Ex.1: O defesa até procura a bola! O contacto provocado aqui não coloca em risco a integridade física do adversário. Decisão: Não sancionar disciplinarmente.
Ex.2: SEM COMENTÁRIOS, CERTO? Decisão: Sancionar disciplinarmente, CLARO!

Relembro que, com este post, quis apenas falar um pouco dos critérios a usar, e não necessariamente da sanção em si. No próximo post darei mais exemplos, especificamente, de sanções passíveis de exclusão e desqualificação.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
NOVAS REGRAS 2010 - pivots
A zona dos 6m é muito crítica no que toca ao espaço conquistado, que pode ser decisivo. Se um jogador de 1ª linha passa pelo seu defensor, pode sempre encontrar outro defensor que compense. Se um pivot ofensivo conquista espaço aos 6m, não há compensação possível. Isso origina uma luta muito intensa, o que provoca dificuldades acrescidas para as equipas de arbitragem.
- Defesas
- Pivot ofensivo
DEFESAS
Aos defesas é exigido que se limitem a defender CONTROLANDO, tal como antes. O que agora existe é mais rigor!
Deverão ser punidas com mais severidade as situações em que os defesas agarram os atacantes, inclusive quando a bola está LONGE do pivot.
Estará também sob a atenção dos árbitros a forma de efectuar o controlo defensivo, que deverá ser feito com braços flectidos, SEM EMPURRAR.
Não vamos ser utópicos e pensar que os defesas vão deixar de empurrar e/ou agarrar. Mas para tudo há um limite, e acima desse limite existirão punições. A questão é que esta época o limite baixou.
PIVOT OFENSIVO
Aqui podemos tentar separar duas situações, mas que se misturam um pouco, que são:
- Conquista da posição aos 6m
- Bloqueios
No que toca à conquista da posição aos 6m, é entendido que deve ser feita com a zona do tronco, não com os braços completamente abertos, por exemplo, o que provocará falta atacante, como mostra a imagem seguinte.
Não eram os "Gato Fedorento" que diziam que "o ar é de todos"? Pois, o espaço aos 6m no andebol também é, não é só dos jogadores de maior porte só porque sim.
Os bloqueios serão um alvo de especial atenção, porque são muitas vezes feitos de forma incorrecta. Muitas vezes, um timing errado no início do movimento provocará um bloqueio errado, e é-nos pedido que atentemos a isso.
Repare-se na foto que se segue. O pivot faz o bloqueio usando não só o corpo, como também braço e perna, o que obriga o defesa a contorná-lo. Este movimento ofensivo é considerado ILEGAL, e será motivo para inversão do sentido de jogo.
Mais uma vez refiro que isto já era falta atacante, mas uma revisão às leis de jogo ditou que este era um factor a rever.

Como me foi perguntado no post anterior, não me parece de todo que abrir um braço para agarrar a bola seja considerado falta atacante. A luta pela posse de bola faz parte do andebol, e se impedirmos um atleta de mexer os braços estamos a matar o jogo.
Agora, o que temos de analisar é se esse movimento do braço é mesmo para recolher a bola ou para impedir o adversário de defender correctamente.
Permito-me um comentário.
Dirigi hoje o meu primeiro jogo de pré-época. É certo que os primeiros minutos serviram para desenferrujar, mas senti algumas dificuldades ao início porque estava especialmente preocupado com as indicações para esta época. Com o decorrer do jogo, as coisas tornaram-se naturais, ainda que haja mais trabalho pela frente.
Agora a parte que mais interessa para este tópico... a maioria das sanções disciplinares do jogo teve origem em contactos nas zonas dos pivots. Receio que esse seja o facto mais saliente deste início de época, porque nenhum dos agentes do jogo (treinadores, jogadores e árbitros) está ainda devidamente adaptado a estas alterações. Nada que não se resolva com o tempo, mais rapidamente ainda se nos ensinarmos uns aos outros.
domingo, 29 de agosto de 2010
NOVAS REGRAS 2010
- Contacto com o adversário
- Jogo de pivot (BLOQUEIOS)
- Zona interdita a oficiais
- Definição de critérios para punição de faltas
- Saída do GR
Vou abordar estes temas nos próximos posts.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
ENTREVISTA (4 de 4)
Deixo um agradecimento especial à APAOMA, e ao Alfredo Teixeira em particular.
Não deixo esta entrevista ao acaso. Não pretendo fugir ao tema "arbitragem", de forma alguma, estou apenas a revelar outra perspectiva diferente da análise às regras e às situações de jogo.
ORIGINAL EM: http://www.apaoma.pt/
A sanção progressiva e as lutas aos 6m, sem dúvida.
É muito difícil manter um critério 100% uniforme a nível disciplinar no mesmo jogo e de jogo para jogo. É muito fácil falhar num lance e com isso estragar o que de bom possa ter sido feito para trás.
As lutas aos 6m são algo que deriva da evolução do próprio Andebol. É extremamente difícil ajuizar contactos naquela zona do terreno, pois é ali que se decidem muitos jogos. Consequentemente, é a zona de maior probabilidade de ocorrência de problemas.
15 – O que faz ou tem feito no âmbito do desenvolvimento da Arbitragem Nacional?
Durante vários anos estivemos à frente da arbitragem regional, juntamente com outros companheiros que muito nos ajudaram. Nesse contexto, a colaboração do João Teles e do Hilário Matos merecem o nosso agradecimento público por se destacarem como elementos de importância vital no nosso trabalho. O Ramiro Silva e o Mário Coutinho, assim como o Carlos Malpique, foram outros elementos de imenso valor que trabalharam connosco.
Tenho ainda o meu blogue (http://carloscapela.blogspot.com), um espaço aberto à participação de todos, onde procuro colmatar uma lacuna que existia no espaço andebolístico Português, e promover uma discussão correcta e ordeira acerca da arbitragem e das regras, e onde tenho tido uma participação muito significativa das pessoas, com uma média de cerca de 40 visitas por dia, o que considero muito positivo para o tipo de espaço que é.
Sempre que o tempo nos permite, dirigimos jogos a nível regional com árbitros mais jovens, para lhes transmitir alguma da nossa experiência, mas a sobrecarga de jogos a nível nacional nem sempre permite que isso aconteça.
16 – O que gostaria de dizer ou sugerir para a melhoria da Arbitragem Nacional?
É preciso trabalhar muito, mas ao mesmo tempo é necessário dotar os árbitros de melhores condições para a prática da arbitragem. Depois sim, poder-se-á exigir mais aos árbitros.
Todavia, é obrigatório que todos pensemos que o primeiro passo tem de partir de nós mesmos, através do trabalho jogo a jogo, diálogo com a dupla, análise das próprias actuações, observação de jogos dos colegas e muito trabalho de vídeo.
Todos os jogos (TODOS!) nos permitem concluir algo de importante, nos permitem aprender um pouco mais.
Temos de trabalhar mais em conjunto e não isoladamente.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
ENTREVISTA (3 de 4)
Enquanto tal não acontece, e aproveitando também este período de férias/pré-época, deixo aqui cópia de uma entrevista que eu e o Bruno demos à APAOMA, também publicada no site da Associação. O texto é quase 100% do que lá está, faço umas ligeiríssimas alterações, que poderão complementar o texto que lá está, mas serão muito, mesmo muito pontuais.
Somos 100% a favor, e de forma urgente! Já tivemos oportunidade de dizer que a convergência de opiniões é essencial para o desenvolvimento do andebol! Além disso, sempre defendemos que um árbitro não é bom árbitro se não perceber de técnica e táctica, e um treinador não é bom treinador se não perceber de regras e condução de jogo.
11 – O que diria aos Árbitros Jovens como conselho em relação ao futuro na Arbitragem?
Acima de tudo, que honrem a camisola e o emblema que envergam. Que dignifiquem uma actividade tão nobre quanto difícil como a arbitragem. A nossa visão enquanto dupla é que somos “apenas mais um” dos vários elementos de um jogo. O jogo precisa de nós mas nós também precisamos do jogo. Muitos árbitros jovens não sentem isso, pelo que conseguimos ver. Mas muito importante para os mais jovens é aprender a tirar partido do prazer de conduzir um jogo! Divirtam-se, e a vossa evolução será mais rápida, pois vão sentir o verdadeiro prazer de arbitrar! Além disso, os momentos fora dos jogos, os convívios com outras pessoas em torneios, fases em concentração, jantares, são algo que enriquece muito a nível pessoal.
12 – Acha que actualmente a Arbitragem Nacional é devidamente compensada pelo seu trabalho e esforço no contexto do Andebol Nacional? O que acha que deveria ser melhorado.
Pensamos que não. Compreendemos que somos poucos e que temos de chegar a todos os lados, mas torna-se difícil fazer 5 ou 6 jogos num fim-de-semana, muitas vezes após percorrer longas distâncias. O 5º e o 6º jogo já não permitem a tal diversão que falámos há pouco pois o cansaço e a saturação apoderam-se de nós. Fazemos o que gostamos, e gostamos do que fazemos, mas torna-se cansativo fazer tantos jogos. Monetariamente, os valores não são elevados e a tributação fiscal e o código contributivo são questões que não jogam a nosso favor.
13 – Indique-nos um Árbitro que lhe serviu ou serve de modelo ou que possa servir para os novos Árbitros.
Não vamos referir nomes por respeito àqueles que por lapso nos poderíamos esquecer. Mencionamos apenas o nome do Carlos Malpique e do António Nunes, os homens que nos deram o curso e primeiro nos incutiram o gosto pela arbitragem. Os novos árbitros têm de olhar para todas as duplas de topo e de todas elas extrair um pouco para a sua evolução e valorização pessoal.
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
ENTREVISTA (2 de 4)
O texto é quase 100% do que lá está, faço umas ligeiríssimas alterações, que poderão complementar o texto que lá está, mas serão muito, mesmo muito pontuais.
Deixo um agradecimento especial à APAOMA, e ao Alfredo Teixeira em particular.
Não deixo esta entrevista ao acaso. Não pretendo fugir ao tema "arbitragem", de forma alguma, estou apenas a revelar outra perspectiva diferente da análise às regras e às situações de jogo.
ORIGINAL EM: http://www.apaoma.pt/

Sem dúvida que existem diferenças de interpretação. Mas mais que diferentes interpretações, existe desconhecimento de regras! Dou um exemplo, que até pode parecer um pouco ridículo, mas que aconteceu há algum tempo num jogo nosso e mostra como o desconhecimento e as diferentes interpretações andam de mãos dadas. Um atleta passou uma rasteira a um adversário num contra-ataque, e nós desqualificámos o jogador. O treinador protestou e nós justificámos que uma rasteira é motivo de desqualificação, algo que ele contestou ainda mais. Desconhecimento. Mas ele ainda argumentou que uma rasteira não é mais que, e cito, “a conquista do espaço por parte do pé ou perna do meu jogador, que não tem culpa que o outro vá contra ele”. Diferente interpretação. Errada, no caso.
6 – Se existe, como lida com este problema, se é que o considera?
O diálogo é essencial, mas nem sempre é possível. Em campo terá de ser sempre doseado, e fora dele nem sempre é aceite. Contudo, pensamos que é essencial os vários agentes da modalidade reunirem-se e conversar, esclarecerem os seus pontos de vista e chegar a um consenso. Nem sempre os árbitros estão certos, nem sempre os técnicos estão certos.
7 – Conte-nos algum detalhe interessante que tenha passado na sua carreira de Árbitro, quer nacional e/ou internacional.
A carreira de um árbitro está sempre recheada de detalhes interessantes, jogos em ambientes dificílimos, outros que correm bem, outros que correm mal… Eu e o Bruno, até há cerca de 2/3 anos, tínhamos o estranho “hábito” de ter um jogo por época completamente para esquecer. Tudo corria pessimamente! Quando chegávamos ao balneário no fim desse jogo, dizíamos um para o outro: “Ok, foi hoje… o resto da época vai correr bem!” E não falhava… Entretanto estabilizámos e, com jogos a correr bem ou menos bem, os picos negativos deixaram de acontecer, graças a Deus! Como experiência internacional temos de destacar a nossa participação no Mundial de Desporto Escolar na Grécia, em 2002. Foi uma experiência muito enriquecedora, a nível cultural e desportivo! Atingimos as meias-finais, onde dirigimos o Eslováquia-Alemanha.
8 – Internacionalmente, como vê o prestigio da Arbitragem Nacional?
A arbitragem Portuguesa não é em nada inferior à dos outros países. À falta de nomes consagrados como o Goulão e o Macau, que foram a última dupla Portuguesa a estar no topo da arbitragem internacional, o Eurico e o Ivan respondem com belas exibições e a promessa de uma carreira sempre ao mais alto nível. Aproveito para lhes enviar um abraço de amizade e felicitação pelo seu trabalho, que ao mesmo tempo é demonstrativo da qualidade da arbitragem Portuguesa. Além deles, temos mais duplas e delegados EHF, e isso é prova que a arbitragem Portuguesa está activa, trabalha e tem qualidade.
9 – Acha que nossa Arbitragem está à altura da Arbitragem Europeia e/ou Internacional? O que é preciso fazer?