Eu ia fazer uma pausa de umas semanas no blogue, mas penso que este post se impõe e é oportuno.
Este post vai, certamente, provocar muitas divergências em quem o ler. Está relacionado com o caso recente do Luisão com o árbitro alemão, penso que toda a gente já viu as imagens, que também não são nada difíceis de encontrar no youtube.
Antes de mais, tenho de dizer que acho o Luisão um fantástico jogador e um verdadeiro líder. Transparece essa imagem e basta ouvir qualquer jogador do Benfica a falar para isso se tornar claro. Mas, por outro lado, acho que ele protesta um pouco demais do que devia, mesmo sendo capitão (função que existe no futebol). Por isso, acho que se "põe a jeito" para sanções disciplinares.
Mas o que me leva a escrever este post não é o Luisão, mas o árbitro.
O Luisão teve um comportamento condenável? Acho que sim. Fez uma abordagem ao árbitro extremamente imprudente, no mínimo. Acredito plenamente que ele não lhe queria tocar, mas o que é facto é que lhe deu uma peitada. E isso merece castigo.
Agora o árbitro... o que foi aquilo? Cena de cinema? De circo? Aquilo foi demasiado mau para ser verdade e não honra a classe da arbitragem. Se quer protagonismo na arbitragem, ele deve esforçar-se no desempenho da função, não a fazer aquilo. Acredito que o impacto o pudesse fazer cair, mas quase desmaiar? Enfim...
O árbitro tem de ser o que há de mais próximo de um exemplo de comportamento e de verdade desportiva. Não pode simular, não pode ceder a pressões. Ou pelo menos não deve.
Há momentos em que qualquer um quebra, pois ninguém é de ferro! Já me aconteceu, obviamente, ceder quando não devia, responder de forma errada ou dirigir-me a quem não devo. Mas isso são reações espontâneas (não menos graves, é claro), não são cenas daquelas.
Com que moral aquele árbitro vai punir uma simulação de um atleta depois daquilo?
Como vai ele olhar nos olhos de um atleta enquanto lhe mostra um amarelo a punir uma simulação?
Obviamente não estou a branquear o comportamento do Luisão. É mau e não é a primeira vez que ele se dirige de uma forma despropositada aos árbitros (como muitos outros jogadores, principalmente no futebol), mas ele não deve ser julgado pelo exagero da conduta de quem deveria ser o primeiro a zelar pela correção em campo. Deve ser julgado pelo que fez, não pelo que o espalhafato de outrém mostra.
Aos árbitros que me leem, peço que nunca esqueçam as suas responsabilidades em campo, pois devem ser os primeiros a mostrar correção e respeito.
A todos os outros agentes do desporto, peço que respeitem os árbitros, pois nós precisamos de estabilidade no desempenho da nossa tarefa, peço que confiem no julgamento de quem tem essa responsabilidade e que, quando tiverem de nos abordar, o façam corretamente.
É nossa obrigação respeitar-vos.
É vosso direito serem respeitados.
É vossa obrigação respeitar-nos.
É nosso direito sermos respeitados.
Em qualquer modalidade.