Retomo hoje o tema do último post, a Lei da Vantagem.
É, como digo imensas vezes, uma das duas regras de cuja boa
aplicação depende diretamente a qualidade de uma arbitragem e,
consequentemente, de um jogo. É preciso saber (e ter a sorte de conseguir…)
interromper o jogo no momento certo, deixar o jogo seguir até ao máximo
possível, sempre com o objetivo de permitir um jogo fluido e agradável, e de
nunca beneficiar uma equipa infratora com um apito precipitado.
Algo que continuo a constatar é a confusão acerca da boa
aplicação da Lei da Vantagem. Espero, com alguns exemplos, ajudar a clarificar
algumas posições e decisões das duplas de arbitragem.
Exemplo 1
Jogador segue em contra-ataque. Sofre falta mas consegue
manter o equilíbrio. Solta a bola para um colega de equipa, que remata e marca
golo.
Decisão: Não interromper a jogada e assinalar golo.
Situação semelhante:
Exemplo 2
Situação muito semelhante à anterior. Jogador segue em
contra-ataque. Sofre um empurrão pelas costas e cai, mas antes consegue soltar
a bola para um colega de equipa, que remata e marca golo.
Decisão: Não interromper a jogada e assinalar golo. APÓS a validação do golo,
deve-se parar o tempo e sancionar disciplinarmente o atleta que empurra.
Situação semelhante:
Exemplo 3
Ataque organizado de uma equipa. Um atleta é agarrado, dá 4
passos enquanto é agarrado e solta a bola para o pivot, que está isolado aos
6m.
Decisão: Interromper imediatamente a jogada, pois a Lei da
Vantagem não pode ser aplicada quando um jogador comete, ele próprio, uma
falta.
Exemplo 4
Ataque organizado de uma equipa. Um jogador entra
aos 6m, sofre uma falta que o desequilibra, cai com um pé dentro da área de
baliza e depois remata, falhando o remate.
Decisão: O jogo deve ser imediatamente interrompido
(possivelmente com a marcação de um livre de 7m) no momento em que o atleta
toca com o pé dentro da área de baliza. Permitir que o jogador remate após
sofrer falta, cometer uma violação de área e depois assinalar o livre de 7m, é
dar uma vantagem dupla, o que nunca pode acontecer.
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Tentei cobrir, com estes exemplos, alguns lances de boa e má
aplicação da Lei da Vantagem. Insisto que é uma lei que deve ser bem
compreendida por todos, desde árbitros e simples adeptos, para uma boa leitura
do jogo e assim se poder desfrutar melhor do espetáculo que é o Andebol.
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