domingo, 20 de janeiro de 2013

PRECAUÇÕES A TOMAR DEVIDO AO MAU TEMPO

Vou ainda fazer, no início da próxima semana, mais um post sobre a inversão do sentido de jogo, porque em conversa com algumas pessoas sobre o post anterior (ver Inversão do Sentido de Jogo - Sanções ao Banco), acabei por perceber que há sempre muitas dúvidas sobre essa questão.

No entanto, deixo isso para o próximo post, porque hoje há um tema que me parece bem mais atual, atendendo às péssimas condições climatéricas que afetam Portugal neste momento.

É certo que nem tudo é previsível e muito menos controlável, mas há alguns cuidados que, se forem tomados, podem evitar alguns problemas.

1. Pavilhão alternativo
É evidente que não é obrigatório, mas abre as portas a uma solução alternativa, no caso de ser necessário.
Muitas vezes o piso fica escorregadio, ou não há luz no pavilhão, ou voam telhas... se houver um pavilhão alternativo para a realização do jogo, há problemas que podem ser contornados.
A equipa que joga em casa, se pressentir que pode não haver condições para a realização do jogo, pode tentar arranjar um pavilhão que tenha o recinto em condições e possa ficar de prevenção.

2. Lista de participantes
Todos sabemos que a lista de participantes é um elemento obrigatório para a realização de um jogo.
Quando em algum lado não há energia elétrica para imprimir a lista, é preciso, atempadamente, resolver esse assunto.

3. Saída atempada do local de origem
Claro que todos nos podemos atrasar na deslocação para um jogo, principalmente quando está mau tempo e a viagem tem de ser feita mais devagar. Sabendo de antemão que a chuva, o vento, as condições das estradas e do trânsito podem dificultar a viagem e tornar a deslocação mais longa, a saída deve ser antecipada para minimizar o risco de atraso.

Estas são apenas algumas sugestões que deixo. Evidentemente, ninguém é obrigado a aceitá-las.
Mas uma vez que todos nós andamos aqui para benefício da modalidade, penso que devemos colaborar uns com os outros em todos os aspetos.

6 comentários:

Jorge Almeida disse...

Boa mensagem, Sr. Eng.

São aquelas pequenas coisas que muitos não se lembram, mas, naquela altura, fazem diferença.

Alguns são mais fáceis de cumprir que outros.

O do pavilhão alternativo é o mais complicado: a maior parte dos clubes só tem um pavilhão, ou nem isso. Há mesmo clubes que, tendo pavilhão próprio, agendam jogos para outros pavilhões porque naquele está a decorrer outra partida. Para além disso, mesmo nos casos dos clubes que têm um pavilhão, a alternativa são os pavilhões das escolas, que podem não estar aprovados para competição pela FAP, e/ou não se consegue encontrar o responsável pelo Pavilhão para autorizar a realização do jogo lá tão em cima da hora. Podem pensar que tudo isto são eventuais problemas; podem ser, se não forem acautelados logo à partida, por exemplo, no início de cada temporada.

Carlos Capela disse...

Sim, é verdade que ter pavilhão alternativo nem sempre é possível.
Mas também há casos de clubes que têm vizinhos a poucos km de distância e que podem ter o pavilhão desocupado, não necessariamente à mesma hora, mas em horas próximas.

Há muitas "gestões" a fazer, porque os árbitros normalmente têm mais de um jogo, mas sempre que se abre a porta a mais uma alternativa ou possível solução, está-se a fazer algo para minimizar os problemas...

Jorge Almeida disse...

Sim, tem razão. Por isso é que escrevi que se deve tomar medidas com antecedência para prevenir estas situações, e "não se lembrarem de Santa Bárbara só quando troveja".

Uma boa medida é, no início da temporada, contactar-se a Câmara Municipal para saber de pavilhões alternativos, e saberem se estão aprovados pela FAP; Se o Município não tiver disponibilidade, pode sempre chamar todos os clubes e directores de escolas para, entre eles, entrarem em acordo para estabelecerem mecanismos de prevenção destas situações. Depois, de 3 em 3 meses, reunirem para avaliarem do cumprimento desses acordos, e estabelecerem relações mais aproximadas para saberem da disponibilidade do pavilhão vizinho na altura necessária.

Resumindo: Devem-se tomar todas as medidas possíveis para prevenir estas situações, e não se lembrarem só da emergência quando a emergência já está a ocorrer.

Jorge Almeida disse...

(Continuação da mensagem anterior)

Mas eu conheço algumas situações em que, por muitas voltas que se dê, alternativas são muito complicadas de arranjar. Vou dar 2 exemplos, sei que não os únicos do seu tipo, mas, como não sei a situação a nível nacional, até podem nem ser representativos da maioria nacional. Não os tomem como desencorajadores de medidas de prevenção a tomar para estas situações de tempestade.

Vou dar um exemplo que conheço relativamente bem, o caso da Juve Mar. A Juve Mar tem pavilhão próprio, mas é um pavilhão que já registou diversos incidentes derivados ao mau tempo. Trata-se do único clube do concelho de Esposende que tem pavilhão próprio. As únicas alternativas que tem no seu concelho são os pavilhões gimnodesportivos das escolas (todas públicas - e que costumam estar alugados à noite por conjuntos de cidadãos para jogarem à bola e estragarem as redes e as balizas) e o pavilhão municipal (que está maioritariamente ao serviço dum clube de Hóquei em Patins). Quer no caso dos directores das escolas, quer no caso do responsável pelo pavilhão, nem sempre estão disponíveis para entendimentos, e não estão com muita paciência para disponibilizarem os pavilhões ao fim de semana, até porque isso representa ter de pagar horas extra não previstas ao funcionário do pavilhão ... Podia-se tentar ver nos concelhos limítrofes, mas isso, na prática, para além de serem doutros concelhos, tem obstáculos à partida quase impossíveis: A norte, temos Viana do Castelo (outra associação); a sul, Póvoa de Varzim (outra associação); a oeste, o mar; a leste, concelho de Barcelos, onde não há nenhum clube que pratique Andebol, pelo que a sensibilidade da Câmara local para isto deve andar próxima de nula ...

Outro caso que conheço relativamente bem é o do SC Salgueiros 08: Trata-se dum clube que joga sempre em pavilhões alugados à Rede Municipal de Pavilhões (REMUPA) da Câmara Municipal do Porto (rede de pavilhões de escolas publicas construídos com dinheiro maioritamente da CMP, que os gere nos períodos de horário não lectivo). Maioritariamente joga os seus jogos dos diversos escalões num só pavilhão (neste caso e nesta temporada, o da Escola Irene Lisboa), mas, às vezes, e dada a forte concentração de clubes na cidade sem pavilhão próprio (os únicos clubes da cidade do Porto que conheço que têm pavilhão próprio são o FC Porto, o Académico do Porto - este com 2 - e o Vigorosa), tem de jogar noutro pavilhão porque aquele já está ocupado. Para além disso, é raro chegar-se lá sem que o pavilhão esteja já ocupado com jogos de Básquete, Volei, ou, até mesmo, de Andebol doutros clubes, jogos esses que se atrasam, e que fazem o jogo do Salgueiros começar mais tarde, e o clube a ter de pagar a respectiva coima sem ter culpa nenhuma ... Assim, neste cenário, em que os pavilhões são poucos para tanta procura (e em que o Pavilhão Municipal por excelência - o Pavilhão Rosa Mota - não vê uma competição desportiva de modalidades colectivas há mais de 10 anos!), não me parece que haja grande disponibilidade de pavilhões suplentes disponíveis em horas aproximadas.

Sr. Eng., dei nomes de clubes só como exemplo; como não os dei no âmbito duma partida, penso que é aceitável e dentro das regras que definiu para o blogue.

Carlos Capela disse...

Claro que é aceitável! Apenas defini que não se deveria mencionar especificamente nomes de pessoas e/ou clubes nos casos em que a sua integridade pudesse ficar ferida, o que não é, de todo, o caso.

É verdade que há muitos clubes que têm imensas dificuldades em arranjar pavilhões para os seus jogos, quanto mais os alternativos. Essa é uma capacidade de prevenção que muitos dirigentes de clubes, por mais boa vontade e boas ideias que tenham, podem não ter ao alcance.

Contudo, também há muitos outros casos em que se torna perfeitamente possível ter uma alternativa pronta.

Já nem falo de reuniões periódicas, mas de antecipar os problemas. Era certo e sabido que se ia abater uma tempestade forte no passado fim de semana em Portugal. Porque não, uns dias antes, ter alguma coisa na manga para o caso de acontecer alguma coisa antes do jogo? Em muitos casos não seria possível, claro, mas terão sido todos assim?

Jorge Almeida disse...

Sr. Eng., as tais reuniões acabam por se realizar nos muitos casos de concelhos onde os municípios têm contratos-programa com os clubes, só que não se aproveita para se falar deste tipo de situações, e até doutras com interesse (por exemplo, disponibilidade de instalações para treino muscular de atletas quando há ginásios geridos por empresas municipais).

Na sua grande maioria, há falta de previsão. Mas também há uma enorme falta de vontade gerada por uma miríade de "argumentos" ("preguicite aguda", inveja, "mentalidade de funcionário", frustrações, problemas orçamentais, etc ...). Por isso, é tão difícil encontrar as pessoas certas para desbloquear as situações em cima da hora, especialmente num fim de semana chuvoso e frio em que só apetece estar à beira da lareira ou do aquecedor. Trata-se duma manifesta falta de respeito por quem se esforça por ter uma sociedade melhor, mas essa malta quer lá saber; só pensa em si.