quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

LANÇAMENTO DE SAÍDA - detalhes - 1

Hoje esclareço mais uma questão relativa à aplicação das regras, neste caso no lançamento de saída (o recomeço do jogo no meio campo após golo) .
Posso dividir esta questão em 2 partes, e neste post falo apenas do posicionamento dos colegas da equipa do executante.

A regra diz que:

10:3 O lançamento de saída é executado em qualquer direcção a partir do centro do terreno de jogo.
(...)
Não é permitido aos companheiros de equipa do executante cruzar a linha central antes do sinal de apito (15:6).

Basicamente, isto quer dizer que o lançamento de saída pode ser dividido em 2 tempos:
  • ANTES DO APITO
Os colegas de equipa do executante têm de estar OBRIGATORIAMENTE no seu próprio meio campo. TODOS!
  • DEPOIS DO APITO
É indiferente o posicionamento dos colegas da equipa do executante.
Eles PODEM atravessar a linha de meio campo e pela regra 10:3 (1º período), comprova-se que o lançamento de saída PODE ser executado PARA A FRENTE, ou seja, para colegas que JÁ ULTRAPASSARAM a linha de meio campo APÓS o apito, e ANTES do executante largar a bola!

A regra 10:3 remete-nos para a regra 15:6, que diz o seguinte:

15:6 As infracções cometidas pelo executante ou pelos companheiros antes da execução de um lançamento, tipificadas nas posições incorrectas ou tocar a bola por parte de um companheiro, implicarão uma correcção.

Quer isto dizer que o árbitro deve corrigir um eventual posicionamento errado, se ainda não tiver apitado.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

BOLA NO TECTO

Esta continua a ser uma dúvida recorrente, apesar de a regra já ter mudado há vários anos.

A regra refere que:

11:1 Um lançamento de reposição em jogo é ordenado quando a bola cruzou completamente a linha lateral, ou quando um jogador de campo da equipa que defende foi a último a tocar a bola antes de esta cruzar a sua própria linha saída de baliza.
Também se aplica quando a bola toca no tecto ou num objecto fixo sobre o terreno de jogo.

11:3 O lançamento de reposição em jogo concedido depois de a bola tocar no tecto ou num objecto fixo sobre o terreno de jogo, é executado no lugar mais próximo em relação ao lugar onde a bola tocou no tecto ou no objecto fixo.

Trocando por miúdos, o que se pretende dizer é que quando a bola embate no tecto (ou candeeiro, por exemplo...), a reposição é feita na linha lateral, pela equipa que NÃO TOCOU a bola em último lugar.

Exemplos:
  • Remate da equipa A, bola bate na barra e sobe até bater no tecto. Reposição da equipa B.
  • Remate da equipa A, guarda-redes de B defende, bola bate na barra e sobe até bater no tecto. Reposição da equipa A.
  • Guarda-redes de A lança contra-ataque, bola bate num candeeiro. Reposição da equipa B.
O local da reposição será sempre o mais próximo possível do local do embate no tecto.
Não faz muito sentido ter grandes exigências, pois ninguém está com um esquadro para determinar o local exacto...

Espero com este post ajudar a esclarecer algumas dúvidas que surgem bastante amiúde nos jogos em que estas situações ocorrem.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

ENTRADA DE OFICIAIS EM CAMPO

Escrevo este post orientado à entrada em casos de lesões dos atletas.

A regra diz, textualmente, que:

4:11 No caso de uma lesão, os árbitros podem dar permissão para duas das pessoas que estão “autorizadas a participar” entrarem no terreno de jogo durante um tempo de paragem, para o propósito específico de dar assistência ao jogador lesionado da sua equipa.
Se pessoas adicionais entram no terreno de jogo, depois de as duas pessoas autorizadas o terem feito, incluindo pessoas da equipa não afectada, deverão ser sancionadas como uma entrada ilegal.

A regra é clara. Só podem entrar DUAS pessoas para dar assistência a um jogador lesionado.
Existe a tentação de entrar toda a gente, e a maioria esmagadora das vezes a lesão é de pouca monta, pelo que não existe qualquer necessidade de tanta gente tentar prestar auxílio, o que muitas vezes acaba até por ser prejudicial.

Claro que existem excepções. Esta é uma regra que existe mas que, a meu ver e em alguns casos, pode e deve ser contornada. Mas claro, EM CASOS MUITO EXCEPCIONAIS.

Fiz um jogo há algumas semanas em que um atleta teve uma queda aparatosa junto a uma parede. Entraram dois elementos da equipa desse atleta para o assistir, e um oficial da outra equipa aproximou-se do local onde estava o jogador, por fora da linha, e aguardou. Como a recuperação tardava em acontecer, perguntou-me se poderia entrar para ajudar e eu consenti. Enalteço o comportamento desse oficial que não só se prontificou a ajudar, como o fez da forma mais correcta possível.

Casos como o que envolveu o Wilson Davyes no passado sábado são ainda mais excepcionais, pelo que uma exigência de duas pessoas autorizadas a participar dentro do campo seria, mais uma vez NA MINHA OPINIÃO, totalmente descabida.
Aproveito para desejar ao Wilson rápidas melhoras.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O CARTÃO AMARELO 2

Passou a tempestade, espero ter agora uns dias (infelizmente, poucos) de bonança... e aproveito-os para actualizar o blogue, que já anda aos soluços há um tempo.

Hoje falo ainda do cartão amarelo, com uma pequena nota que me escapou no último post, e que não é claro para toda a gente.
Não é obrigatório mostrar os 3 cartões amarelos destinados a uma equipa!
Muita gente ainda age como tal, inclusive árbitros, que tentam protelar o "início das exclusões". Esse é um princípio errado. As sanções têm de surgir no momento em que são necessárias.
Como disse no post anterior, as advertências são avisos. São sinais públicos que indicam o limite que o árbitro permite. Se o árbitro considera que esse limite é ultrapassado antes de o poder mostrar com cartões, então deve sancionar de forma mais grave.

Se um árbitro, só para dar os 3 cartões amarelos, não pune com a devida severidade algumas situações, a linha disciplinar que é suposto definir para um jogo é quebrada.
De igual forma, um atleta não pode ficar surpreendido quando é excluído antes de serem mostrados 3 cartões amarelos à sua equipa. Várias vezes ouvimos a expressão "2 minutos porquê? Já não há amarelos?".