segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

DRIBLES

Antes de mais, tenho de pedir desculpa pela ausência, mas estes dias são complicados para toda a gente... aos poucos vou retomando o ritmo normal de trabalho.

Recebi este mail, que transcrevo:

"Boas Capela!
Tenho uma dúvida e várias pessoas deram opiniões diferentes.
A situação é a seguinte:
A bola encontra-se parada no chão, um jogador sem a ter contactado previamente agarra-a a começa a driblar. É considerado dribles?
Abraço.."

É verdade que há árbitros que consideram isto dribles, mas na minha opinião isso é errado. Vamos ler a regra e analisá-la:

7:4 (...)
b) lançar a bola ao solo repetidamente com uma mão (drible)

Considera-se que o drible começou quando o jogador toca a bola com qualquer parte do seu corpo e a dirige directamente para o solo.


Ou seja, o drible é o lançamento da bola contra o solo, com uma mão. Se a bola está parada no solo, o jogador não a dirige para o solo, limita-se a apanhá-la...

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

INQUÉRITO - comentário

Chegou ao fim o período de votação. No total, contaram-se 61 votos, o que mostra que cerca de um terço do número diário de visitantes deste blogue emitiu opinião.
Mas bem, fazendo um comentário relativamente sucinto aos resultados, há 2 itens que saltam à vista, tornando as percentagens dos outros todos pouco significantes.
16% considerou que a arbitragem Portuguesa precisa de trabalhar mais na sanção disciplinar. Concordo, não porque ache que seja o ponto onde os árbitros estão pior, mas por duas outras razões: é um dos aspectos mais difíceis da arte de arbitrar, e porque é uma área chave na condução de um jogo.
O controlo disciplinar não se faz só com o recurso às sanções, mas também com o saber não as dar se a situação não o exigir. É errado pensar que se dermos muitas sanções controlamos mais facilmente um jogo. No meu ponto de vista isso é errado, por vezes até torna o jogo mais "escorregadio" e difícil de controlar.
Mas o grande "vencedor" desta sondagem foi, sem dúvida, o tópico "Relações Humanas / Postura". 40 votos em 61 é uma enormidade... Está muita gente descontente com o comportamento das duplas de arbitragem.
Não sou ninguém para dizer o porquê de isso acontecer, mas posso arriscar dar a minha opinião de como um árbitro "deve" ser. "Deve" entre áspas, porque não há uma forma correcta de ser, há apenas personalidades diferentes. E de acordo com a minha personalidade, penso que a melhor forma de se dirigir um jogo não é usar e abusar da autoridade apenas porque se é árbitro, mas sim fazê-la aparecer no momento certo. Devemos saber falar e escutar, e saber compreender reacções dos jogadores e técnicos que são naturais. Um árbitro que já tenha sido jogador, sabe perfeitamente que por vezes é difícil contermo-nos com as decisões dos árbitros das quais discordamos. E "discordar" é muito diferente de "protestar"...

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

COMPARAÇÃO DE MODALIDADES

Estou a ler um livro com muitos anos, publicado em 1982, mas que se mantém muitíssimo actual. Chama-se "Fora o Árbitro!", tem como autor Teotónio Lima e é da Editorial Caminho.

Fala da problemática de tudo quanto envolve a Arbitragem e o Árbitro como pessoa. Recomendo a sua leitura.
Mas um quadro que lá está chamou-me a atenção. Compara a dificuldade na preparação do árbitro de diversas modalidades colectivas. É o seguinte:

Incidências da preparação dos árbitros

Andebol Física 3 Psicológica 3 Veloc. Reacção 2 Memória 2 Percepção Selectiva 2
Basquetebol Física 3 Psicológica 3 Veloc. Reacção 2 Memória 2 Percepção Selectiva 2
Futebol Física 3 Psicológica 3 Veloc. Reacção 2 Memória 2 Percepção Selectiva 1
Hóquei em campo Física 3 Psicológica 2 Veloc. Reacção 2 Memória 1 Percepção Selectiva 1
Hóquei em patins Física 2 Psicológica 3 Veloc. Reacção 2 Memória 2 Percepção Selectiva 1
Râguebi Física 3 Psicológica 2 Veloc. Reacção 2 Memória 2 Percepção Selectiva 1
Remo Física 1 Psicológica 1 Veloc. Reacção 1 Memória - Percepção Selectiva -
Voleibol Física 1 Psicológica 3 Veloc. Reacção 3 Memória 2 Percepção Selectiva 2

1 Fraca
2 Média
3 Forte

Claro que este quadro representa a opinião do autor, mas podem tirar-se algumas conclusões, até porque muito do que cá está é verdadeiro...
Depreende-se que os desportos colectivos mais exigentes para quem os dirige são o Andebol e o Basquetebol. A proximidade do público, a rapidez com que se desenrolam, as dimensões reduzidas do terreno de jogo, o contacto e a necessidade permanente de os avaliar, são factores que fazem com que estes desportos sejam de um grau elevado de exigência e preparação.
A capacidade física, aliada à capacidade psicológica do árbitro de andebol, é essencial para uma boa actuação dentro de campo. E aqui não é só o quadro que mo diz, é a experiência. Ao acompanhar um contra-ataque correctamente temos mais probabilidades de tomar uma decisão correcta, ao sermos capazes de aguentar um "público difícil" podemos resistir melhor à pressão que ele exerce sobre nós, se nos mantivermos concentrados no último minuto de um jogo empatado num pavilhão cheio poderemos tomar melhores decisões... Sem tanto cansaço, a nossa velocidade de reacção mantem-se a um nível elevado.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

EQUIPAMENTOS DE GUARDA-REDES

Há uma regra que diz claramente que os equipamentos dos guarda-redes devem ser iguais, dentro da mesma equipa, obviamente. Mas muita gente ainda não aplica isso nas suas equipas.
Se numa primeira fase me pareceu totalmente compreensível que muitos clubes, principalmente os mais carenciados financeiramente, tivessem dificuldades em mandar fazer novos equipamentos, já passaram alguns anos desde a aplicação rigorosa desta regra, e ainda há clubes a não ligar a esta norma.
A regra é a seguinte:

4:7 Todos os jogadores de uma equipa têm que usar equipamento idêntico. As combinações de cores e desenhos para as duas equipas devem ser claramente distintas uma da outra. Todos os jogadores utilizados como guarda-redes de uma equipa têm que usar a mesma cor, que deve distinguir-se dos jogadores de campo das duas equipas e dos guarda-redes da equipa adversária.

Também a questão do "guarda-redes avançado", como muitas vezes é chamada, está implícita nesta regra. Quando se pretende colocar um jogador de campo como guarda-redes para ser mais um a jogar no ataque, seja por que motivo for, a camisola desse jogador deve ser igual à dos guarda-redes dessa equipa. Ou, pelo menos, essa equipa deve providenciar um colete da mesma cor. Hoje, na final do Campeonato da Europa feminino, vimos essa situação ocorrer com a selecção da Noruega.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

TIME-OUT

Colocaram-me a seguinte questão:

"É pé da equipa que está a atacar. O árbitro assinala, mas o oficial de mesa cedeu time-out à equipa que cometeu a falta... Não podia, certo? Mas o árbitro quando reata o jogo a bola sai de quem? Da equipa que cometeu a falta e pediu time-out ou da equipa contrária, visto que tinha sido falta?"

Esta questão divide-se em duas situações básicas.

1 - Apenas a equipa que tem posse de bola pode pedir time-out, logo, nunca poderia ser cedido time-out à equipa que tinha dado pé, no ataque, começando a bola na posse da outra equipa. Isto é um erro grave, a acontecer.

2 - O que importa é o momento em que o cartão verde é pousado na mesa. Neste caso particular, se o cartão verde foi pousado na mesa antes da bola bater no pé do atacante, o time-out deve ser concedido, independentemente do que acontecer entre o momento em que o cartão verde é pousado na mesa e o momento em que o oficial de mesa faz soar a buzina.

Há aqui 3 questões essenciais a reter:
- O oficial de mesa deve parar de imediato o tempo, sem esperar a indicação do árbitro;
- Qualquer sanção técnica que ocorra entre a entrega do cartão verde e o soar da buzina deve ser revogada, dando lugar ao time-out, e consequente recomeço do jogo com posse de bola para a equipa que o pediu;
- Qualquer sanção disciplinar que ocorra entre a entrega do cartão verde e o soar da buzina é mantida.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

SONDAGEM

O que vou lançar hoje é um risco.
Risco, por uma razão muito simples… É que se as pessoas não levarem a sério, é um inquérito sem credibilidade e fundamento nenhum.
Passando a explicar, o que quero saber ao lançar esta sondagem, é em que aspectos os leitores deste blogue consideram que a arbitragem Portuguesa está pior. Uma vez que este blogue tem uma média de aproximadamente 200 visitas semanais, o que considero bastante razoável num projecto recente, penso que a amostra permitirá tirar algumas conclusões.
O leitor perguntará o que vai mudar na arbitragem nacional com este inquérito. Pouco ou nada, não vou enganar ninguém. Mas se algum formador, independentemente da Associação Regional onde estiver, ler estes dados e conseguir tirar algum aproveitamento para o seu trabalho local, então talvez haja benefícios neste inquérito.
Como muitos poderão saber, não estou tão envolvido na formação em Aveiro como já estive, mas sempre que possível estarei com os árbitros jovens. Se lhes conseguir passar a mensagem, estou a fazer a minha parte. Se cada árbitro com responsabilidades na formação também fizer um bocadinho, então no futuro poderemos ter uma arbitragem melhor.
Não é permitido votar em mais do que um tópico, pelo que as pessoas devem escolher o aspecto que está mais abaixo do expectável. Acredito que haja quem queira votar em todos, mas isso era “boicotar” os resultados finais… :)
Colaborem, passem a palavra, porque quantos mais votos houver, mais fiável será o resultado, e melhor trabalho os formadores de árbitros poderão fazer.
Tirarei uma conclusão quando a votação estiver concluída.

NOTA: O tópico “Outros” refere-se a outras questões não abordadas. Quem seleccionar esse tópico, por favor especifique nos comentários.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A RASTEIRA


A rasteira é a coisa mais banal que existe no futebol, mas é altamente reprovável no andebol.
Pode provocar lesões graves em quem as sofre, mesmo que a intenção de quem a faz não seja magoar.
Não é a primeira vez que os infractores dizem "Rasteirei, mas foi sem querer." ou, como um treinador de um escalão de formação me disse há 2 ou 3 anos, "Desde quando uma rasteira é vermelho?". Pois bem, transcrevo as regras que o indicam, claramente:

8:5 Um jogador que ponha em perigo a integridade física do adversário ao atacá-lo, será desqualificado (16:6b), particularmente se:
c) bater deliberadamente no corpo de um adversário com o pé ou joelho ou de qualquer outro modo; incluindo rasteiras;

A Desqualificação
16:6 Deve sancionar-se com uma desqualificação os seguintes casos:
b) por infracções que colocam em perigo a integridade física
do adversário (8:5);

Entendo, e aceito perfeitamente, que por vezes estas situações ocorram sem o mínimo de intenção de magoar, lesionar, e que até ocorram após o jogador infractor escorregar. Mas é muito difícil discernir essas situações, e não podemos esquecer que ao jogador que sofre essa falta, a mazela ninguém lha tira...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

DIA NEGRO

Permitam-me hoje não falar de Andebol, mas de Pessoas.
Há dias em que as más notícias se sucedem e nos consomem, e hoje é um deles. Queria falar, apetece-me falar, mas não consigo.
Há alturas em que deixa de haver emblemas, camisolas, cores... todos temos de ser e estar unidos em torno do que verdadeiramente importa. Estar no Desporto é isso.
À família, amigos e clube do atleta da Jobra, Luís Mortágua, que hoje faleceu em pleno campo em Gaia, deixo os meus sinceros sentimentos. Contem com toda a minha força e solidariedade.
E hoje nada mais importa...