quinta-feira, 24 de abril de 2014

EXECUÇÃO DO LANÇAMENTO DE SAÍDA

Colocaram-me esta questão há poucos dias e pretendo esclarecê-la publicamente agora.

A partir de que momento, num lançamento de saída, podem os jogadores ultrapassar a linha de meio campo?

Vamos ver o livro de regras:

10:3 O lançamento de saída é executado em qualquer direção a partir do centro do terreno de jogo (com uma tolerância lateral de cerca de 1.5 metros). É precedido por um sinal de apito, após o qual deve ser executado dentro de 3 segundos. O jogador que executa o lançamento de saída deve estar com pelo menos um pé em contacto com a linha central e o outro pé sobre ou atrás da linha, e deve permanecer nessa posição até a bola deixar a sua mão. Não é permitido aos companheiros de equipa do executante cruzar a linha central antes do sinal de apito.

Tomemos como exemplo ilustrativo a imagem aqui ao lado.
É um frame de um vídeo que analisei há algum tempo, sobre esta situação. A equipa vermelha está a atacar da esquerda para a direita. Esta imagem foi tirada após o apito do árbitro, antes de o jogador que está a executar o lançamento de saída soltar a bola.
Os únicos jogadores que estão mal são os adversários (de branco), uma vez que não estão à distância de 3 m. O colega do executante está em posição legal, porque só ultrapassou a linha do meio campo DEPOIS do apito do árbitro AINDA QUE o seu colega ainda não tenha executado o lançamento.
O lançamento de saída pode, por isso, ser executado com um passe para a frente, na direção do meio campo ofensivo, relativamente a quem o executa.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

A ACEITAÇÃO DE UMA DECISÃO

Peço que, antes de ler o texto, vejam este vídeo.


Este vídeo tem 3 momentos que destaco:

  1. Falta atacante muito bem assinalada, o que me parece nem sequer sofrer contestação;
  2. Cartão vermelho claro, na minha opinião com obrigatoriedade de relatório;
  3. Mas o mais importante de tudo, pelo menos para este post, é o que acontece aos 16 segundos:
    a forma como o cartão vermelho é mostrado pelo árbitro e aceite pelo atleta.
Por que motivo se torna difícil, em tantas situações, sermos aceites ao tomar decisões em situações claras?
É verdade que muitas das nossas decisões não são unânimes e passíveis de contestação. Entendo o protesto como normal no desporto, principalmente em desportos de contacto como o nosso. Como tal, longe de mim criticar uma reação negativa a uma decisão nossa, até porque eu próprio as tinha quando jogava e não concordava com as decisões dos árbitros.

A questão que levanto neste post é diferente... Existem muitas situações em que as nossas decisões são claras, porque o que aconteceu no jogo não permitiu qualquer dúvida, como neste caso. E mesmo assim as decisões dos árbitros são contestadas. Ainda que tenhamos de estar preparados para essas situações, custa sempre não sermos aceites.

No entanto, não deixo de referir que parte de nós, árbitros, mostrar abertura para a aceitação das nossas próprias decisões. Quem me conhece, sabe que sempre que posso não me importo de justificar as minhas decisões, desde que sejam corretos comigo. E, no meio da competição típica de qualquer partida, penso que há sempre lugar ao respeito e ao fair-play.