segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

DRIBLES

Antes de mais, tenho de pedir desculpa pela ausência, mas estes dias são complicados para toda a gente... aos poucos vou retomando o ritmo normal de trabalho.

Recebi este mail, que transcrevo:

"Boas Capela!
Tenho uma dúvida e várias pessoas deram opiniões diferentes.
A situação é a seguinte:
A bola encontra-se parada no chão, um jogador sem a ter contactado previamente agarra-a a começa a driblar. É considerado dribles?
Abraço.."

É verdade que há árbitros que consideram isto dribles, mas na minha opinião isso é errado. Vamos ler a regra e analisá-la:

7:4 (...)
b) lançar a bola ao solo repetidamente com uma mão (drible)

Considera-se que o drible começou quando o jogador toca a bola com qualquer parte do seu corpo e a dirige directamente para o solo.


Ou seja, o drible é o lançamento da bola contra o solo, com uma mão. Se a bola está parada no solo, o jogador não a dirige para o solo, limita-se a apanhá-la...

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

INQUÉRITO - comentário

Chegou ao fim o período de votação. No total, contaram-se 61 votos, o que mostra que cerca de um terço do número diário de visitantes deste blogue emitiu opinião.
Mas bem, fazendo um comentário relativamente sucinto aos resultados, há 2 itens que saltam à vista, tornando as percentagens dos outros todos pouco significantes.
16% considerou que a arbitragem Portuguesa precisa de trabalhar mais na sanção disciplinar. Concordo, não porque ache que seja o ponto onde os árbitros estão pior, mas por duas outras razões: é um dos aspectos mais difíceis da arte de arbitrar, e porque é uma área chave na condução de um jogo.
O controlo disciplinar não se faz só com o recurso às sanções, mas também com o saber não as dar se a situação não o exigir. É errado pensar que se dermos muitas sanções controlamos mais facilmente um jogo. No meu ponto de vista isso é errado, por vezes até torna o jogo mais "escorregadio" e difícil de controlar.
Mas o grande "vencedor" desta sondagem foi, sem dúvida, o tópico "Relações Humanas / Postura". 40 votos em 61 é uma enormidade... Está muita gente descontente com o comportamento das duplas de arbitragem.
Não sou ninguém para dizer o porquê de isso acontecer, mas posso arriscar dar a minha opinião de como um árbitro "deve" ser. "Deve" entre áspas, porque não há uma forma correcta de ser, há apenas personalidades diferentes. E de acordo com a minha personalidade, penso que a melhor forma de se dirigir um jogo não é usar e abusar da autoridade apenas porque se é árbitro, mas sim fazê-la aparecer no momento certo. Devemos saber falar e escutar, e saber compreender reacções dos jogadores e técnicos que são naturais. Um árbitro que já tenha sido jogador, sabe perfeitamente que por vezes é difícil contermo-nos com as decisões dos árbitros das quais discordamos. E "discordar" é muito diferente de "protestar"...

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

COMPARAÇÃO DE MODALIDADES

Estou a ler um livro com muitos anos, publicado em 1982, mas que se mantém muitíssimo actual. Chama-se "Fora o Árbitro!", tem como autor Teotónio Lima e é da Editorial Caminho.

Fala da problemática de tudo quanto envolve a Arbitragem e o Árbitro como pessoa. Recomendo a sua leitura.
Mas um quadro que lá está chamou-me a atenção. Compara a dificuldade na preparação do árbitro de diversas modalidades colectivas. É o seguinte:

Incidências da preparação dos árbitros

Andebol Física 3 Psicológica 3 Veloc. Reacção 2 Memória 2 Percepção Selectiva 2
Basquetebol Física 3 Psicológica 3 Veloc. Reacção 2 Memória 2 Percepção Selectiva 2
Futebol Física 3 Psicológica 3 Veloc. Reacção 2 Memória 2 Percepção Selectiva 1
Hóquei em campo Física 3 Psicológica 2 Veloc. Reacção 2 Memória 1 Percepção Selectiva 1
Hóquei em patins Física 2 Psicológica 3 Veloc. Reacção 2 Memória 2 Percepção Selectiva 1
Râguebi Física 3 Psicológica 2 Veloc. Reacção 2 Memória 2 Percepção Selectiva 1
Remo Física 1 Psicológica 1 Veloc. Reacção 1 Memória - Percepção Selectiva -
Voleibol Física 1 Psicológica 3 Veloc. Reacção 3 Memória 2 Percepção Selectiva 2

1 Fraca
2 Média
3 Forte

Claro que este quadro representa a opinião do autor, mas podem tirar-se algumas conclusões, até porque muito do que cá está é verdadeiro...
Depreende-se que os desportos colectivos mais exigentes para quem os dirige são o Andebol e o Basquetebol. A proximidade do público, a rapidez com que se desenrolam, as dimensões reduzidas do terreno de jogo, o contacto e a necessidade permanente de os avaliar, são factores que fazem com que estes desportos sejam de um grau elevado de exigência e preparação.
A capacidade física, aliada à capacidade psicológica do árbitro de andebol, é essencial para uma boa actuação dentro de campo. E aqui não é só o quadro que mo diz, é a experiência. Ao acompanhar um contra-ataque correctamente temos mais probabilidades de tomar uma decisão correcta, ao sermos capazes de aguentar um "público difícil" podemos resistir melhor à pressão que ele exerce sobre nós, se nos mantivermos concentrados no último minuto de um jogo empatado num pavilhão cheio poderemos tomar melhores decisões... Sem tanto cansaço, a nossa velocidade de reacção mantem-se a um nível elevado.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

EQUIPAMENTOS DE GUARDA-REDES

Há uma regra que diz claramente que os equipamentos dos guarda-redes devem ser iguais, dentro da mesma equipa, obviamente. Mas muita gente ainda não aplica isso nas suas equipas.
Se numa primeira fase me pareceu totalmente compreensível que muitos clubes, principalmente os mais carenciados financeiramente, tivessem dificuldades em mandar fazer novos equipamentos, já passaram alguns anos desde a aplicação rigorosa desta regra, e ainda há clubes a não ligar a esta norma.
A regra é a seguinte:

4:7 Todos os jogadores de uma equipa têm que usar equipamento idêntico. As combinações de cores e desenhos para as duas equipas devem ser claramente distintas uma da outra. Todos os jogadores utilizados como guarda-redes de uma equipa têm que usar a mesma cor, que deve distinguir-se dos jogadores de campo das duas equipas e dos guarda-redes da equipa adversária.

Também a questão do "guarda-redes avançado", como muitas vezes é chamada, está implícita nesta regra. Quando se pretende colocar um jogador de campo como guarda-redes para ser mais um a jogar no ataque, seja por que motivo for, a camisola desse jogador deve ser igual à dos guarda-redes dessa equipa. Ou, pelo menos, essa equipa deve providenciar um colete da mesma cor. Hoje, na final do Campeonato da Europa feminino, vimos essa situação ocorrer com a selecção da Noruega.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

TIME-OUT

Colocaram-me a seguinte questão:

"É pé da equipa que está a atacar. O árbitro assinala, mas o oficial de mesa cedeu time-out à equipa que cometeu a falta... Não podia, certo? Mas o árbitro quando reata o jogo a bola sai de quem? Da equipa que cometeu a falta e pediu time-out ou da equipa contrária, visto que tinha sido falta?"

Esta questão divide-se em duas situações básicas.

1 - Apenas a equipa que tem posse de bola pode pedir time-out, logo, nunca poderia ser cedido time-out à equipa que tinha dado pé, no ataque, começando a bola na posse da outra equipa. Isto é um erro grave, a acontecer.

2 - O que importa é o momento em que o cartão verde é pousado na mesa. Neste caso particular, se o cartão verde foi pousado na mesa antes da bola bater no pé do atacante, o time-out deve ser concedido, independentemente do que acontecer entre o momento em que o cartão verde é pousado na mesa e o momento em que o oficial de mesa faz soar a buzina.

Há aqui 3 questões essenciais a reter:
- O oficial de mesa deve parar de imediato o tempo, sem esperar a indicação do árbitro;
- Qualquer sanção técnica que ocorra entre a entrega do cartão verde e o soar da buzina deve ser revogada, dando lugar ao time-out, e consequente recomeço do jogo com posse de bola para a equipa que o pediu;
- Qualquer sanção disciplinar que ocorra entre a entrega do cartão verde e o soar da buzina é mantida.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

SONDAGEM

O que vou lançar hoje é um risco.
Risco, por uma razão muito simples… É que se as pessoas não levarem a sério, é um inquérito sem credibilidade e fundamento nenhum.
Passando a explicar, o que quero saber ao lançar esta sondagem, é em que aspectos os leitores deste blogue consideram que a arbitragem Portuguesa está pior. Uma vez que este blogue tem uma média de aproximadamente 200 visitas semanais, o que considero bastante razoável num projecto recente, penso que a amostra permitirá tirar algumas conclusões.
O leitor perguntará o que vai mudar na arbitragem nacional com este inquérito. Pouco ou nada, não vou enganar ninguém. Mas se algum formador, independentemente da Associação Regional onde estiver, ler estes dados e conseguir tirar algum aproveitamento para o seu trabalho local, então talvez haja benefícios neste inquérito.
Como muitos poderão saber, não estou tão envolvido na formação em Aveiro como já estive, mas sempre que possível estarei com os árbitros jovens. Se lhes conseguir passar a mensagem, estou a fazer a minha parte. Se cada árbitro com responsabilidades na formação também fizer um bocadinho, então no futuro poderemos ter uma arbitragem melhor.
Não é permitido votar em mais do que um tópico, pelo que as pessoas devem escolher o aspecto que está mais abaixo do expectável. Acredito que haja quem queira votar em todos, mas isso era “boicotar” os resultados finais… :)
Colaborem, passem a palavra, porque quantos mais votos houver, mais fiável será o resultado, e melhor trabalho os formadores de árbitros poderão fazer.
Tirarei uma conclusão quando a votação estiver concluída.

NOTA: O tópico “Outros” refere-se a outras questões não abordadas. Quem seleccionar esse tópico, por favor especifique nos comentários.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A RASTEIRA


A rasteira é a coisa mais banal que existe no futebol, mas é altamente reprovável no andebol.
Pode provocar lesões graves em quem as sofre, mesmo que a intenção de quem a faz não seja magoar.
Não é a primeira vez que os infractores dizem "Rasteirei, mas foi sem querer." ou, como um treinador de um escalão de formação me disse há 2 ou 3 anos, "Desde quando uma rasteira é vermelho?". Pois bem, transcrevo as regras que o indicam, claramente:

8:5 Um jogador que ponha em perigo a integridade física do adversário ao atacá-lo, será desqualificado (16:6b), particularmente se:
c) bater deliberadamente no corpo de um adversário com o pé ou joelho ou de qualquer outro modo; incluindo rasteiras;

A Desqualificação
16:6 Deve sancionar-se com uma desqualificação os seguintes casos:
b) por infracções que colocam em perigo a integridade física
do adversário (8:5);

Entendo, e aceito perfeitamente, que por vezes estas situações ocorram sem o mínimo de intenção de magoar, lesionar, e que até ocorram após o jogador infractor escorregar. Mas é muito difícil discernir essas situações, e não podemos esquecer que ao jogador que sofre essa falta, a mazela ninguém lha tira...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

DIA NEGRO

Permitam-me hoje não falar de Andebol, mas de Pessoas.
Há dias em que as más notícias se sucedem e nos consomem, e hoje é um deles. Queria falar, apetece-me falar, mas não consigo.
Há alturas em que deixa de haver emblemas, camisolas, cores... todos temos de ser e estar unidos em torno do que verdadeiramente importa. Estar no Desporto é isso.
À família, amigos e clube do atleta da Jobra, Luís Mortágua, que hoje faleceu em pleno campo em Gaia, deixo os meus sinceros sentimentos. Contem com toda a minha força e solidariedade.
E hoje nada mais importa...

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

CONTROLO DA BOLA vs CONTROLO DO CORPO

São duas noções distintas, e têm o expoente máximo da sua diferença quando aplicadas ao guarda-redes numa situação particular.

Por exemplo, vamos imaginar o seguinte caso... Há um remate e o guarda-redes defende. A bola vai a rolar para fora da área e o guarda-redes lança-se sobre ela, agarrando-a, mas deslizando para fora da área com ela na mão.
Normalmente, isto causa sempre barulho nas bancadas e não raras vezes nos bancos. É que a decisão é normalmente "impopular", ou melhor, é contra aquilo que se pensa ser do "conhecimento geral". Neste caso, o árbitro deve apitar e ordenar que o jogo se reinicie com lançamento de baliza.

Muita gente desconhece isto, mas é algo que convém saber.
Claro que s o guarda-redes sair com o pé alto, por exemplo, com o intuito de magoar o adversário (ou, pelo menos, de lhe acertar), deve ser sancionado por isso! No entanto, a partir do momento em que ele tem CONTROLO DA BOLA, mesmo não tendo CONTROLO DO CORPO todo, o jogo reinicia com lançamento de baliza, após correcção do árbitro, e após apito.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

REGRAS EM CAMADAS JOVENS... E NÃO SÓ

Sei que muitos pensarão que é uma utopia da minha parte, e que sonho demasiado alto, mas já alguém parou para pensar na importância de se "perder" umas horinhas (nem precisa de ser por semana!) por mês, para se ensinar as regras durante um treino? Se calhar, essa hora ou hora e meia de treino não era "tempo perdido", mas sim iria transformar-se num investimento. É que conhecer as regras, principalmente nas camadas mais jovens, onde muito do que os jogadores fazem é por desconhecimento, pode poupar sanções disciplinares nos jogos, e isso pode trazer vitórias em encontros mais equilibrados. Não que eu pense que a vitória num jogo seja o mais importante num escalão de formação (para mim não é!), mas é sempre saboroso ganhar...

Faz-me um bocado de confusão algumas respostas dos jogadores, e dou um exemplo. Há bem pouco tempo, num jogo, havia um jogador a agarrar o pivot sempre que este segurava a bola, de tal forma que a única coisa que ele mexia era os olhos. Porque penso que não tenho de partir logo para a sanção, dei um apito mais forte para ver se o defensor percebia, mas não tive sorte... Mais tarde, na mesma situação, avisei o jogador para não fazer aquilo, e a resposta foi: "Só estou a defender!". O jogo reiniciou, a bola vai ao pivot e lá vem o defensor a correr para agarrar o pivot com toda a força. Cartão amarelo. "Não podes fazer isso!" Resposta do jogador: "O quê? Eu só agarrei!" "Pois, é isso que não podes fazer!" "DESDE QUANDO É QUE NÃO POSSO AGARRAR?" Fiquei abismado com a resposta. O jogo reinicia, e mal a bola vai ao pivot, a situação repete-se mesmo à minha frente. Exclusão e o banco a protestar comigo.

A minha questão é: não vale a pena investir-se no estudo de regras, visto que neste caso os próprios oficiais pensavam que agarrar era normal? Não se teria poupado logo duas sanções a um atleta, que era tecnicamente evoluído e influente no ataque?

Não estou a dizer que os árbitros não erram no julgamento de alguns lances que podem até acabar por ter influência nos resultados, porque erram! Mas situações destas são, no meu ponto de vista, facilmente evitáveis com uma simples leitura do livro de regras, e a transmissão dos pontos-base aos atletas.

Transcrevo duas pequenas alíneas do livro de regras, que menciona o que NÃO É PERMITIDO no contacto com o adversário:

8:2 NÃO É PERMITIDO
b) bloquear ou empurrar um adversário com os braços, mãos ou pernas;
c) prender, segurar, (pelo corpo ou pelo uniforme) empurrar, ou lançar-se contra o adversário em corrida ou em salto;

A repetição destas faltas, principalmente após aviso, originam sanções disciplinares. E podem ser facilmente reduzidas, se houver o cuidado de se alertar os atletas para estas situações previamente.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

DESQUALIFICAÇÃO / CRUZETA

Recebi o seguinte mail, que transcrevo, omitindo identidades como tenho feito sempre:

"Carlos Capela
Sou treinador da formação! tenho um duvida, um jogador se for expulso, com o sinal de cruzeta, na 1º parte, a equipa fica reduzida com menos 1 elemento ate final da 1 parte certo?
Se por acaso for desqualificado(conduta anti desportiva), com vermelho Directo a equipa fica apenas reduzida com menos 1 elemento por 2 minutos???
desculpe a questão mas era so para tirar essa duvida!
Outra duvida-diferença entre cruzeta e vermelho directo??
Espero a sua resposta
abraço"

A MINHA RESPOSTA:

"Boa tarde.
A diferença entre uma cruzeta e um vermelho directo é simples.
A cruzeta aplica-se em casos de agressão ou cuspidela, nos casos em que há vias de facto.
A desqualificação aplica-se em casos de conduta anti-desportiva grave (insulto, empurrão pelas costas num contra-ataque, puxar um braço por trás, etc, etc).

A penalização para ambas as situações é a seguinte:
Cruzeta: a equipa fica reduzida de um elemento até ao fim do JOGO!
Desqualificação: a equipa fica reduzida de um elemento durante 2min, seja a desqualificação directa ou não.

Passo a transcrever as regras do livro, para não restarem dúvidas:

DESQUALIFICAÇÃO
16:8 Uma desqualificação de jogador ou oficial de equipa é sempre para o restante tempo de jogo. O jogador ou oficial deve abandonar imediatamente o campo e a zona de substituições. Depois de sair, ao jogador ou ao oficial não é permitido ter nenhum contacto com a equipa. A desqualificação de um jogador ou oficial de equipa, dentro ou fora do campo, durante o tempo de jogo, conduz sempre a uma exclusão de 2 minutos para a equipa.

EXPULSÃO
16:9 Deve sancionar-se com expulsão: Quando um jogador é culpado de uma agressão durante o tempo de jogo, dentro ou fora do terreno de jogo.
16:11 Uma expulsão é sempre para todo o restante tempo de jogo, e a equipa tem que continuar a jogar com um jogador a menos no terreno de jogo.

Espero ter ajudado. Se precisar de qualquer outro esclarecimento, disponha.
Um abraço.
Carlos Capela"

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

OS VERDADEIROS NOMES DAS SANÇÕES


Para muita gente, esta é uma questão sem interesse. Para outros (como eu), são pormenores como este que fazem toda a diferença entre alguém que sabe de regras e termos técnicos, e alguém que nem por isso.

É frequente ouvir expressões como:
"Fui expulso 2 minutos"
"O árbitro expulsou-me com vermelho"
e outras do género...

Que não se conheça e use o termo ADVERTÊNCIA para a amostragem de um cartão amarelo ainda se compreende, e não é criticável.
Mas catalogar todas as sanções daí para a frente de "expulsão" é grave.
Repare-se... Por mais óbvio que seja para alguns aquilo que eu vou dizer, para outros será novidade:
- 2 minutos é uma EXCLUSÃO
- Um cartão vermelho, directo ou não, é uma DESQUALIFICAÇÃO
- Uma cruzeta é uma EXPULSÃO.

Todas estas sanções têm raios de acção e consequências diferentes, logo, deve tratar-se cada uma delas de forma diferente...

São apenas detalhes, mas ainda assim são importantes...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

SANÇÕES A OFICIAIS 3

No tópico anterior estava o seguinte comentário, que para aqui transcrevo:
"Boas Capela.
Deixo aqui uma questão.. A equipa "A" está em posse de bola, e o treinador da equipa "A" está a discutir um lance anterior com a dupla de arbitragem e naquele instante para o jogo e adverte o treinador com o cartão amarelo, o treinador continua a discutir e leva 2m. A questão é se a equipa "A" perde a posse de bola e passa a equipa adversária?
Com os melhores cumprimentos e parabens pelo blog.
Ass: Ivan Santos"
Como disse a pessoa que comentou a seguir, "perde quer seja amarelo, 2 minutos ou vermelho!". A questão essencial é saber se o jogo está parado ou não.
Imaginemos 2 situações:
1- A equipa A está a circular a bola em pleno ataque quando o treinador de A reclama com os árbitros. Os árbitros páram o tempo, sancionam o técnico e há inversão do sentido de jogo junto à mesa. Neste caso, qualquer sanção disciplinar ao banco (seja amarelo, 2min ou vermelho) dá origem a inversão do sentido de jogo!
2- A equipa A está no ataque e um jogador sofre uma falta. Há um livre de 9m por marcar. Antes do jogador repôr a bola em jogo, o treinador de A reclama. Os árbitros páram o tempo, sancionam o técnico e o jogo recomeça com o livre de 9m correspondente...

terça-feira, 11 de novembro de 2008

EXCLUSÕES SUCESSIVAS

Recebi o seguinte mail, que transcrevo:

"Boas Capela.
Antes demais tenho que te dar os parabéns pelo blogue =)
Venho por este meio tentar tirar uma dúvida que acho que é complicado de resolver... Vamos imaginar a seguinte situação:
-Aos 10m da 1ªparte o jogador da equipa A é sancionado com 2m só poderá reentrar aos 12m
Entretanto há outro jogador da mesma equipa que também é sancionado com 2m aos 11m por exemplo
-Imaginando que aos 11:50 o treinador da equipa A olha para a mesa e não vê colocado o papel com o tempo de exclusão do 1º jogador e por isso o faz reentrar. Existe um erro... mas como deve ser resolvido? A equipa A não tem culpa do erro da mesa, certo? mas também deve ser castigada pois fez entrar um jogador mais cedo. Isto vem ao encontro do teu post sobre a formação de todos os intervenientes do jogo. Pois nestes casos o erro é proveniente da mesa que (acho) é obrigada a colocar os tempos de exclusão à vista certo?
Sem mais de momento,
Cumprimentos"

A MINHA RESPOSTA FOI:

"Boas!
Antes de mais, agradeço os parabéns e agradeço, também, as futuras visitas que lá possas fazer... :)
Transcrevo parte da regra 18:2 para ajudar à minha resposta:

18:2 (...)Caso o quadro electrónico público não indique os tempos de exclusão, o cronometrista exibirá um cartão na mesa, mostrando o final do tempo de cada exclusão, bem como o número do jogador excluído.

Por isso, antes de mais é preciso saber se o tempo está visível no cronómetro ou não. Não estando, é que se torna necessário usar o papelinho com o tempo na mesa.
E aqui entra a formação dos oficiais de mesa, ou melhor, a sua capacidade de distinguir o que é melhor para o jogo. No caso de múltiplas exclusões, é aconselhável não pôr os papéis uns debaixo dos outros, mas sim lado a lado, precisamente para evitar este tipo de complicações. Na pior das hipóteses, o papel referente à primeira exclusão deve ser sempre o primeiro, o de cima!
No entanto, há outra questão a considerar. Por não ver o papel, o treinador não pode simplesmente assumir que o tempo já passou. Nestes casos, deve sempre consultar-se a mesa. Repara, mesmo que o marcador não assinale o tempo de exclusão, em quase todos os pavilhões há cronómetro de parede. Quando esse jogador foi excluído, o tempo estava à vista de todos.A questão fundamental aqui é que, mesmo que a mesa cometa a imprudência (grave!) de colocar um papel a tapar o outro, o facto é que o jogador entra uns segundos mais cedo e deve ser excluído por isso.
Um abraço,
Capela"

Não tenho, de momento, grandes comentários a fazer a estas situações. Ao mesmo tempo que faço um apelo para que todos os oficiais de mesa mantenham sempre os tempos de exclusão em local visível, faço-o também aos Oficiais A de cada equipa, para que tomem sempre muito cuidado com estas situações. É prejudicial para a equipa e muito desagradável para o desenrolar do jogo ter de excluir alguém por um motivo destes...

domingo, 9 de novembro de 2008

JOGO PASSIVO

Recebi este comentário no tópico relativo ao jogo passivo, e transcrevo-o para este novo tópico, comentando de seguida:
"Caro Carlos Capela.
Queria apenas deixar uma questão relacionada com este tema.
Após "por o braço abaixo", numa situação de jogo passivo, os árbitros não têm tendência a ser menos permissivos na continuação desse ataque, levantando novamente o braço mais rapidamente do que se fosse o início desse ataque? A minha experiência diz-me que sim, e às vezes basta dois ou três passes para assinalar novamente eminência de jogo passivo.
Parabéns pelo Blog.
Luis Rodrigues."

Sim, de facto existe essa tendência, mas repare... Após o braço ir abaixo, a equipa tem direito a re-organizar o ataque, o que é diferente de organizar um ataque de início, quando chega ao seu meio campo ofensivo. Deve dar-se mais algum tempo para o fazer, mas não como se fosse a primeira vez, a partir do zero.
Admito que alguns árbitros possam ser mais "exigentes", mas há que ter o bom senso de permitir mais que dois ou três passes, porque isso é manifestamente insuficiente para se re-organizar o ataque...
Muito obrigado.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

7M APÓS APITO - confirmação

Tinha prometido deixar aqui a certeza acerca da questão que me foi colocada, e que agora resumo:
Livre de 7m já após a buzina;
O jogador remata, a bola bate no poste, ressalta no guarda-redes e entra na baliza.

NÃO É GOLO!

Não é considerado consequência directa do remate à baliza. Todos os árbitros que contactei concordam comigo.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

NOVAS TECNOLOGIAS 2

O seguinte comentário foi deixado no tópico "Novas Tecnologias", e passo a transcrevê-lo para aqui:

"Gostava de deixa perguntas.
Quantos arbitros ha que perguntam se os jogos que vão apitar vão ser filmados?
E se perguntam quantos arbitros há que pedem o DVD do jogo para a sua analise?
Quantos arbitros ha que filmem o seu desempenho para analise evolutiva do mesmo?
Eu nunca tive essa experiencia, secalhar a utilização das novas tecnologias começa por ai. Tive varios treinadores que diziam: -Epá vou começar a gravar os jogos e os treinos para aperceberes dos erros que estas a cometer, parece que nem acreditas no que eu digo.lol
Os arbitros nas reunioes analizam o que? Observaçoes no papel?? Que utensilios tem para melhorarem o desempenho semanal?
Acho que fico por aqui com as perguntas, desculpe Sr. Arbitro"


Não posso, por motivos óbvios, responder quantos árbitros fazem isto ou aquilo. Posso falar da minha opinião pessoal e da forma como trabalho.
No outro post, quis apenas falar da utilização das tecnologias no desenrolar do jogo em si e na influência que poderão ter nas decisões da arbitragem. Mas é óbvio que as tecnologias têm outras aplicações.
Concordo que o vídeo do jogo é uma ferramenta de trabalho essencial no desenvolvimento do árbitro, da mesma forma que é também no do atleta. Através do vídeo podem ser detectados erros e imprecisões nas decisões e na técnica de arbitragem que de outra forma passariam em branco.
Pessoalmente, tenho reunidos vários vídeos de jogos meus e não só, televisionados ou apenas filmados com uma câmara, e todos eles foram alvo de análise. Os televisionados são melhores porque conseguimos ter repetições de vários ângulos.

As reuniões podem ser de vários tipos e ter várias finalidades. Há o trabalho de papel, com estudo de regras, comportamentos e análise de situações teóricas, e há o trabalho de vídeo, que alguns poderão fazer e outros talvez não. Eu faço, e garanto que é um excelente meio para limar arestas. Por vezes dizemos "Aqui tive uma excelente decisão" e outras "Como foi possível não ver isto?", mas em qualquer das situações o objectivo de evoluir é perfeitamente possível.

Sempre que possível, é também recomendável os árbitros (individualmente ou como dupla) fazerem uma auto-crítica à sua actuação. No caso dos árbitros jovens, penso que devem escutar sempre os árbitros mais experientes, que não deverão negar nunca o apoio aos mais novos.

domingo, 2 de novembro de 2008

7M APÓS APITO

Num comentário anterior, ficou lançada esta questão, que aqui reescrevo:


"Viva colega Capela.
Gostaria de expor uma dúvida que me "atormenta" há algum tempo. Para alguns conhecedores, pode parecer básico, mas eu que pouco ou nada sei, gostaria de ter a opinião de alguém tão fiel à modalidade, e especialmente à arbitragem.(Francamente só digo isto, pois espero por uma tão desejada francesinha...) =)

Eis um possível 'cenário':
- Sete metros sobre o tempo limite de jogo;
- Resultado empatado;
- Vitória necessária para a passagem à seguinte fase, por parte de ambas as equipas;
-Marcação do sete metros;
-Remate a bater na barra da baliza, volta para trás, bate nas costas do guarda-redes e entra na baliza.

Eis as dúvidas:
1. Golo válido?
2. Ou devido ao esgotar do tempo de jogo, e tendo a bola alterado sucessivamente de sentido, dá-se a invalidez do lance?Como se pode ver pelo exemplo, são pormenores de jogo que gerem imensa polémica e que podem ser decisivos.

Sinceros cumprimentos,
Bruno Francisco Marques"


Confesso que esta questão também me lançou algumas dúvidas. Se, por um lado, se pode pensar que o ressalto é incluído no mesmo "lance", por outro também se tem de atentar a que a bola muda de sentido.
As regras dizem que:
14:4 O lançamento de 7 metros será executado como um remate
directo à baliza (...).

Falei com alguns colegas e todos partilharam da mesma opinião. Como o remate tem de ser directo à baliza, o lance tem de ser invalidado porque após o ressalto, já não se considera que o remate é directo...

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

ESCALÕES DIFERENTES, CRITÉRIOS IGUAIS?

Num dos comentários abordou-se a problemática de uma dupla aplicar critérios diferentes em jogos diferentes.
Isso é sempre difícil de ajuizar porque há muitas condicionantes que podem influenciar o jogo e a forma de actuar não só dos jogadores como dos próprios árbitros. Mas sem dúvida que há coisas que têm de permanecer constantes seja qual for o jogo e o escalão em causa.


Há uma coisa que é preciso não esquecer: o livro de regras é o mesmo para todos os escalões, para ambos os sexos. Há coisas que não podem ser mudadas. Continuam a não ser permitidos mais que 3 passos, não atacar a baliza continua a ser passivo, puxar o braço por trás é sempre cartão vermelho. Mas entendo que em casos muito particulares se pode "abrir" um pouco o critério, principalmente por uma questão de se ajudar equipas e jogadores pouco desenvolvidos técnica e tacticamente a desenvolver as suas capacidades. Isso obviamente exclui o escalão senior, porque já não é um escalão de formação, e é algo que não se pode fazer em todos os jogos porque há imensas condicionantes, como referi há pouco. Dou 2 exemplos:


1- Num determinado jogo, uma equipa não só é muito inferior à outra, como tem carências graves ao nível da técnica básica necessária ao jogador de andebol. Numa ou noutra situação, não vejo problema em deixar passar uma situação duvidosa de passos ou dar mais 10 ou 15 segundos de ataque a essa equipa para organizar o seu ataque. Num resultado de dezenas de golos de diferença, não me parece ser de todo mau "alargar" a abrangência da regra.


2- Num outro jogo, podendo até inclusivamente ser do escalão infantil, poderá ser necessário dirigir o jogo tal e qual um jogo de seniores, sem "alargar" critérios, mas sendo rígidos e ao mesmo tempo pedagógicos, se as equipas e até o resultado assim o exigirem.



Nestes casos, é perfeitamente possível uma dupla ter critérios diferentes em dois jogos diferentes. Desde que nunca se altere a verdade desportiva, a minha opinião é que não é incorrecto que ajamos assim, mas bem sei que muita gente não concorda comigo.
Sei que muita gente diz que nós, árbitros, devemos sempre arbitrar pelo livro, sem excepções. Há árbitros que partilham dessa opinião. Eu, pessoalmente, penso que é nestes casos que se dá o toque pessoal de uma arbitragem a um jogo. Não quero ser mal entendido, porque não quero dizer que os árbitros devem centrar atenções. Quero apenas dizer que é nestas coisas que se pode "humanizar" a direcção de um jogo, compreendendo os intervenientes e entrando no espírito do desafio.

Penso que não se deve arbitrar um jogo do regional de infantis com o mesmo espírito de um jogo da competição de topo nacional a nível senior. Nos infantis temos a função de educar. É esse o meu pensamento, apesar de também aqui ter colegas que discordam profundamente de mim. É de todo importante que um árbitro experiente ajude um jogador jovem em formação, nem que para isso tenha de aplicar as regras de um modo diferente, sem nunca adulterar o básico, essencial, que elas ditam.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

NOVAS TECNOLOGIAS

Como disse no início, este espaço é dedicado ao andebol, mas outras modalidades podem ter aqui o seu cantinho.
O que me leva a escrever hoje diz respeito ao Desporto em geral.

Em conversa com amigos, acerca da introdução das novas tecnologias no desporto, constatei que a maioria deles se revela a favor. Eu fui o mais intenso adepto contra essa possibilidade, talvez por ser o único com experiência de arbitragem.
Entre os argumentos deles estavam "a verdade desportiva", a possibilidade "de corrigir erros", etc., mas nenhum deles pensou no quanto isso iria dificultar a tarefa do árbitro. Se o recurso ao vídeo fosse possível, em vez de protegidos, os árbitros tornar-se-iam um alvo muito mais frágil. E digo isto porque qualquer decisão que o árbitro tome ao ver o vídeo pode ser entendido de muitas formas pela equipa que perde a decisão.

Peguemos no seguinte exemplo: o penalty que o Hulk sofre contra o Leixões. Após ver dezenas de repetições, o meu grupo de amigos divide-se nos que dizem que "nunca na vida aquilo foi penalty", nos que dizem "que é escândaloso" e eu, que digo que não me parece mas aceito a decisão.
Imaginemos que o José Mota pede ao árbitro para ver o vídeo durante o jogo. Qualquer decisão que o árbitro tome aí pode ser interpretada de várias formas, dependendo de quem perde a disputa da decisão. Do "Muito bem, Sr. Árbitro" ao "o gajo viu e não marcou porque não quis" a distância é muito curta...

A única coisa de que sou totalmente a favor é a introdução de chips na bola, para se detectarem melhor as bolas que realmente entram...

O erro faz parte do Desporto. Dos atletas aos árbitros, quem mais sucesso tem é quem melhor trabalha a superação do erro.

E agora o meu lado adepto a falar... Qual é a graça de nos roubarem as discussões à 2ª feira?

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

JOGO PASSIVO, QUANDO "VAI ABAIXO"?

Recebi um sms de um amigo a perguntar se uma equipa que está na iminência de jogo passivo sofrer uma falta, se o passivo acaba.

Claro que não. O passivo só acaba em situações muito específicas, e se a lei do passivo é subjectiva, e o conceito e aplicação variam de árbitro para árbitro, os factos que podem fazer com que o braço levantado a sinalizar jogo passivo "vá abaixo" são muito claros:


  1. Remate ao poste / trave da equipa atacante;

  2. Remate para defesa do guarda-redes, com a bola a voltar para a posse da equipa atacante;

  3. Sanção disciplinar à equipa defensora.

Por "sanção disciplinar" inclui-se o cartão amarelo. Não deixa de ser uma sanção. E friso isto porque muita gente não o entende assim.
Quando ocorre uma destas situações, então a equipa tem direito a organizar novo ataque, com mais tempo.


Nunca, em situação alguma, um time-out pedido pelo banco da equipa atacante (óbvio, só em posse de bola se pode pedir time-out) pode ser considerado motivo para baixar o braço. Há quem pense assim, de forma completamente errada.
Quando houver um time-out quando os árbitros estão de braço levantado, estes devem ter a preocupação de comunicar entre si para não se esquecerem de o levantar de novo instantes antes do jogo ser reiniciado. Treinadores com mais experiência pedem tempos de equipa nestas circunstâncias para ganhar mais uns segundos de ataque, mas os árbitros têm de pensar que o ataque tem de ser reiniciado nas mesmas condições em que foi interrompido.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

QUESTÕES ACESSÓRIAS

Vou contar uma pequena história que aconteceu já há alguns anos, e é exemplificativa do que vou dizer a seguir.

Quando cheguei ao pavilhão, cerca de 45min antes da hora marcada, os jogadores preparavam-se para ir aquecer. A equipa visitante entregou os CIPAS e a lista de participantes logo de seguida, mas da equipa da casa nem sinal. O jogo estava marcado para as 21h30 e às 21h25 surge um dirigente a entregar os cartões. Dissemos que não tinha cabimento isso acontecer apenas 5min antes da hora marcada para o início do jogo. Ele não sabia que tinha de ser mais cedo. Perguntámos pela Polícia. Ele não sabia que era preciso. Perguntámos se havia responsável pela segurança na vez da Polícia. Ele não sabia o que era isso. Perguntámos quem era o Director de Campo. Ele desconhecia a função. Perguntámos por alguém que estivesse mais informado do que ele, mas estavam todos "numa festa", mas disse que assumiria todas as funções. Dissemos-lhe que não podia. Saiu do balneário e apareceu com 4 ou 5 capas de arquivo, dizendo: "Ajudem-me lá a procurar a folha da segurança, que eu não sei como isso é." Sem mais comentários...

O que quero dizer com isto?
Antes de mais, estou à vontade para falar deste caso porque os dirigentes deste clube já abandonaram a modalidade, por isso não corro o risco de melindrar absolutamente ninguém.
Claro que este é um caso extremo que, felizmente, é bastante improvável que me volte a acontecer (a mim ou a qualquer outro árbitro!). Como dizia, a ilacção a tirar deste caso é que tem de haver formação e competência em qualquer função desportiva. Ainda há quem pense que para se acompanhar uma equipa não é necessário qualquer tipo de formação ou trabalho prévio, ou que basta algum conhecimento da modalidade para se fazer um acompanhamento capaz. Eu penso que, cada vez mais, é imperioso reciclarmos conhecimentos e competências, para que não estejamos limitados a fazer "serviços mínimos" e possamos primar pela excelência.
Em plena "era digital", não há desculpas para que ainda surjam listas de participantes com erros graves de escrita nos nomes dos atletas, rasuras em quase todos os nomes, riscos e tudo o mais. Com isto não quero dizer que me incomodam as coisas feitas à mão! Longe disso! Mas nada custa fazer as coisas da maneira que se quiser, mas bem...
A imagem que passamos é muito importante! Se eu chegar a um jogo todo sujo e de calças rotas (um exemplo!) vou obviamente ser alvo de muitas críticas. Justificadíssimas! É apenas um exemplo de que TODOS temos de ter algumas preocupações, e que o jogo começa muito antes do primeiro apito do árbitro.

Não somos profissionais, mas podemos todos ter um comportamento profissional. E o Andebol agradece...

domingo, 19 de outubro de 2008

SANÇÕES A OFICIAIS 2



Chegou-me o seguinte mail, que transcrevo:

"Olá Capela!
No passado fim de semana no jogo dos miúdos o treinador da equipa adversária foi sancionado com 2 minutos e de seguida com cartão vermelho. Nesta situação a equipa em causa ficou com menos 1 jogador durante 2 minutos. Não deveria ter ficado sem 2 jogadores uma vez que o treinador foi sancionado com 2 minutos o posteriormente cartão vermelho? Agradeço a tua explicação. Com os melhores cumprimentos."

A MINHA RESPOSTA

"Olá! Nesse caso, o árbitro agiu bem. Com o jogo parado, as sanções aos oficiais não são cumulativas, ou seja, 2min+vermelho = 2min de penalização. Apenas haveria lugar a mais 2min se o jogo tivesse recomeçado entretanto. Dou-te o exemplo, com os acontecimentos a ocorrerem nesta ordem:
1 - Aos 10min o treinador leva 2min.
2 - Sai um jogador.
3 - O jogo recomeça e aos 10m10s o treinador insulta o árbitro e é desqualificado.
4 - Sai outro jogador.
5 - Um jogador entra aos 12min.
6 - Outro jogador entra aos 12m10s.
Neste caso, a equipa fica com menos 2 elementos em campo apenas entre os 10m10s e os 12m! Chamo a atenção para o facto de os jogadores que saem para cumprir o tempo da sanção ao treinador poderem entrar em jogo desde que saia outro jogador, numa substituição normal. Eles não foram culpados de nada, a equipa é que tem de estar em inferioridade numérica...
Um abraço."

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

PEDIR OU NÃO DESCULPA?

Hoje não vou falar acerca de uma situação em particular, nem esclarecer dúvidas de regras.
Vou transcrever a seguinte passagem do jornal "Record", na sua versão online: “Aquele amarelo foi uma pena. O árbitro mostrou-me cartão por jogo incorrecto numa falta a meio-campo... Perguntei-lhe, olhos nos olhos, se era justo e ele disse-me que podia ter falhado no julgamento do lance. Mas não há volta a dar e não jogo em Portugal. Já não vou ao país do Quaresma.” Estas palavras são de Zlatan Ibrahimovic, como se sabe a estrela da selecção Sueca de futebol.
E por que razão transcrevo estas palavras? Porque é raro assistirmos a uma demonstração tão grande de fair-play, respeito e aceitação, quer do árbitro do jogo, quer de um jogador admoestado. Infelizmente, são poucas pessoas as capazes de aceitar que um árbitro pode errar num julgamento de um lance. Sem querer desculpabilizar a classe à qual pertenço, porque somos árbitros porque queremos, sabemos ao que estamos sujeitos e quais são as nossas obrigações, mas estamos sempre sob a mira de toda a gente.


Como em todas as actividades do mundo, há os bons e os maus, os competentes e os incompetentes, mas o que me interessa para este exemplo, é que há os humildes e outros que nem por isso. O que não quer dizer que não sejam muitas vezes melhores árbitros que os outros.
A minha forma de estar em campo, assim como a do meu colega, é a de que somos "apenas mais um" componente do jogo, e não temos problemas nenhuns em dizer a alguns atletas ou treinadores "Desculpa lá, posso ter-me enganado" ou "Esta foi a minha visão do lance, pode ser errada". Há pessoas que aceitam e outras que acham insultuoso pedirmos desculpa. Houve um caso de um jogador a quem disse "Pá, desculpa lá, mas eu analisei o lance desta forma, não quer dizer que esteja 100% correcto!" me dizer "É preciso ter lata para me pedir desculpa.". Poderei ter errado? É possível, não sei... Vamos supôr que sim. Mas é mais grave eu ter errado ao assinalar mal uma falta atacante ou os 5 ou 6 remates que esse jogador falhou quase seguidos nos minutos seguintes?
Não quero com isto dizer outra coisa, que não seja a tentativa de transmitir a mensagem de que somos todos passíveis de errar, mas nem somos todos capazes de pedir e aceitar um pedido de desculpas.


Não resisto a contar outra história. Não vou referir nomes para não ser mal interpretado. No ano passado, num jogo da 1ª divisão (PO01), faltavam poucos minutos e existe um contra-ataque de uma equipa. Há uma situação duvidosa junto à linha dos 6m e eu assinalei livre de 9m. Pelas reacções, até do meu colega, apercebi-me que deveria ter assinalado 7m. O jogo prosseguiu e naqueles segundos posteriores revi o lance mentalmente vezes sem conta e apercebi-me que tinha errado. Logo a seguir um jogador lesiona-se e aproveitei a paragem para ir falar com o atleta e explicar-lhe a minha visão do lance, e até para lhe dizer que tinha errado. Ele mal me deixou falar e apenas disse "Não se preocupe, que eu falhei mais vezes do que o senhor ao longo do jogo. Errar é humano e eu aceito isso com normalidade." Agradeci-lhe aquela forma de estar no Desporto. Ainda mais me marca esta história, sabendo que o atleta ainda não tinha 21 anos, mas já tem uma maturidade fantástica.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

BOLA OFICIAL / REGULAMENTAR


Boa tarde, leio o seu blog e gostaria que explicasse se possivel, ou abrisse um tópico no seu blog sobre o "tema" bola oficial.

1 - que orientações têm os arbitros para a partir do dia 01 de novembro proceder quanto à bola oficial ?
2 - na presença de 2 bolas "oficiais" sem condições para jogar não se realizará o jogo ?
3 - Bola oficial macron ? ou bola oficial macron comprada à FAP ?
esta pergunta coloquei-a porque ouvi que a bola ofical tem que ter uma "marcação" da FAP verdade ou não ?

Cumprimentos




Boa tarde.
O assunto das bolas é algo que me ultrapassa por uma razão muito simples. São questões administrativas. A minha opinião é a de todos os árbitros: a melhor bola deve jogar para permitir o aumento da qualidade do espectáculo. Contudo, uma vez que existem imposições, nenhum árbitro as deve furar. Contratos são contratos, e as leis são para se cumprir. A FAP anunciou a obrigatoriedade de ser usada a bola Macron. Os clubes devem providenciar bolas em bom estado, e parte-se do princípio que isso irá acontecer. Sei que a maior parte dos clubes se queixa de ter de fazer um investimento em bolas, mas nesse assunto não toco porque não é a minha área, nem tão pouco me compete fazê-lo. Como disse, o que os árbitros deverão ter em atenção é o cumprimento da norma que foi publicada. O que sei sobre a "marcação" das bolas é o que leio em foruns ou em blogues, e isso não faz lei. Para mim, bola oficial é a Macron...

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

GUARDA - REDES (contacto com o pé)

Enviaram-me a seguinte questão via hi5 (é a primeira que me põem dúvidas por lá) :) :

"Olá! Vi que és arbitro.. Será que me podes tirar uma dúvida, que tenho desde a época passada numa determinada situação de jogo?
É o seguinte.. eu sou guarda-redes! E imagina a seguinte situação, eu defendo uma bola e ela vai em direcção à linha dos 6 metros, perto da linha de fundo..eu nao conseguindo chegar à bola, lanço-me de 'carrinho' e com o pé mando a bola pela linha de fundo.. é falta minha? Pergunto isto porque me aconteceu imensas vezes e nunca me foi assinalada falta, até que num jogo o ano passado o árbitro me marcou falta. No final fui falar com ele e disse que era falta e deu-me uma rápida explicação.. no entanto nao fiquei muito convencido porque em diversas situações idênticas nunca me tinha sido assinalado falta.. se possivel desfaz-me esta dúvida.
obrigado!!"

A MINHA RESPOSTA:

"Então cá vai. Não podes fazer isso, por uma razão muito simples. Só podes tocar com o pé em acto de defesa, e isso já não é considerado "acto de defesa". Além disso, basta transcrever-te a seguinte regra do livro:
5:10 - Ao guarda-redes não é permitido tocar a bola com o pé ou a perna abaixo do joelho, quando esta está parada no solo na área de baliza ou movendo-se em direcção à área de jogo.
Como vês, é falta tua..."


O que muitas vezes acontece é os árbitros facilitarem quando a bola não se dirige a um atacante e o guarda-redes a pára com o pé. É algo sem influência no jogo.
Mas é ilegal tocar a bola com o pé se esta fôr a rolar para fora da área. Aí, deve assinalar-se livre de 9m.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

EXECUÇÃO DE LIVRE APÓS APITO

Este fim-de-semana colocaram-me a seguinte questão: o que fazer quando ocorre uma substituição após soar o apito final e há um lançamento livre para executar?

Antes de mais, convém dizer que se deve avisar as equipas das restrições às substituições caso se detecte que alguma esteja para acontecer. Os árbitros não têm a obrigação de o fazer, como é óbvio, mas, se possível, nada custa informar uma equipa ou um atleta que está prestes a cometer uma infracção. É quase como a polícia... por que motivo terá de haver a caça à multa se em muitas situações é preferível ser pedagógico e evitar que o mal aconteça primeiro para só depois actuar?

O que a lei diz, é que o único jogador a poder ser substituído nestas ocasiões é o executante. Por outras palavras, na equipa defensora não pode haver em nenhum caso substituições. Na equipa atacante, apenas se pode fazer uma substituição para que o jogador que entra vá executar o lançamento. Nem em boa lógica outra coisa seria expectável...
As infracções devem ser punidas com exclusão ao jogador que entra.

Neste caso particular, o que me foi dito é que os árbitros decidiram bem, apesar de ter havido quem discordasse na altura.

É aqui que a objectividade e a subjectividade de algumas leis são realidades opostas. Esta é uma regra objectiva, é assim que tem de se agir. Avisar antes ou não depende da personalidade e forma de estar de cada árbitro, é algo subjectivo. Depois de o erro acontecer é preciso ser objectivo e agir conforme manda a lei.

Como sempre, o que publico aqui, especialmente quando não falo directamente de regras, são apenas opiniões minhas, partilhadas por uns, nem tanto por outros.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

SANÇÕES A OFICIAIS



Recebi um comentário numa mensagem anterior, que transcrevo agora, porque o assunto era outro:

"Os meus cumprimentos ao criador do site e seus visitantes. Vou intervir (Se o Sr. Capela deixar...) neste "blog", periodicamente, colocando algumas questões, claro está, sobre arbitragem para "animar a blogosfera". Honestamente, penso que este "blog" podia ter melhor apresentação. Espero, no entanto, que o seu conteúdo se apresente superior... Eis a minha primeira dúvida:

1.
- O oficial C da equipa A, aos 18.35m da segunda parte é excluído por protestos.
- Aos 19.58m o jogador 18 da equipa A, lesiona-se gravemente no pé, entrando imediatamente o Oficial C (enfermeiro/massagista/médico) da respectiva equipa, sem autorização da respectiva equipa de arbitragem.

Questões:
- O Oficial C ao entrar antes do término da sua exclusão (faltam 37s), deve ser desqualificado?
- O Oficial C por ter entrado sem a respectiva autorização deve ser desqualificado?
- O oficial A deve ser desqualificado (isto porque o oficial C já foi admoestado com 2m...) do encontro, pela situação ocorrida no banco da sua equipa?
- Ou por uma questão de "Boa vontade" para com a lesão do jogador, ninguém deve ser advertido?"

Saca

A MINHA RESPOSTA:

Boa noite.
Como disse, este é o meu primeiro blogue, logo, é possível que venha a sofrer melhoramentos à medida que se for justificando. Agradeço os comentários, positivos e negativos, da mesma forma que agradeço todas as suas intervenções. É com questões específicas que se podem esclarecer bastantes dúvidas e discutir, como também já tive oportunidade de dizer, pontos de vista.

Em relação à questão que me coloca, começo por dizer que não me parece que o Oficial A tenha de ser penalizado pela acção intempestiva do Oficial C, qualquer que seja a sua função no jogo. Uma coisa é entrar em campo, por exemplo, um elemento não inscrito, outra é um elemento inscrito ter esta atitude.Se nos formos a reger única e exclusivamente pelas regras, penso que o Oficial C deve ser desqualificado. São os árbitros que decidem a entrada dos oficiais no terreno de jogo, e estes não podem tomar a iniciativa de entrar.
Se isso ocorrer até antes de o árbitro parar o tempo, a desqualificação é inquestionável.
Se a entrada for após a paragem do tempo de jogo, penso que os árbitros terão duas opções possíveis. Ou seguem as regras e desqualificam o Oficial C, ou usam de algum bom senso, talvez excessivo, (não "boa vontade", não se adequa aqui o termo...) e permitem a assistência ao jogador, dando depois um aviso ao Oficial C para que não o repita. Mas isto apenas porque se trata de uma lesão grave.
Esta é a parte subjectiva da arbitragem, não das regras, que essas são claras. No meu entender, o controlo de um jogo não se faz única e exclusivamente através de sanções, mas também de palavras. Talvez este seja um caso em que os árbitros poderão ser condescendentes.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

LIVRES DE 7M

Aconteceu uma situação este fim-de-semana que gostaria de partilhar.
Num dos jogos, o jogador da equipa defensora cometeu falta sobre o atacante (um lateral), sendo ele próprio projectado para dentro da área de 6m graças à sua própria acção. Entretanto, a bola tinha sobrado para o ponta atacante, que salta para o remate, mas que devido à presença na proximidade do defesa, se encolheu, acabando por fazer um remate deficiente.
Assinalei livre de 7m.
A questão que se põe é: deve ser assinalado livre de 7m nestes casos? Sim, por duas razões:
1 - o contacto inicial é provocado pelo defesa e não pelo atacante;
2 - mesmo não tocando no atacante, a presença do defensor dentro da área "atrapalhou" claramente a acção ofensiva do ponta.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

CONTAGEM DE GOLOS



Antes de mais, agradeço a todos aqueles que me deram palavras de incentivo, via blogue e mail.

Passo agora a transcrever parte de um mail que recebi com um pedido de esclarecimento, acerca de uma situação específica que me foi relatada.


QUESTÕES

"1º - Existem efectivamente nesta Época, instruções para que os árbitros não dialoguem com os intervenientes no jogo?
2º - Os árbitros são obrigados a controlar o resultado e a confirmá-lo no final do jogo, ou podem delegar essa função apenas nos oficiais de mesa?"


A MINHA RESPOSTA

"A primeira questão que me colocas é a mais difícil de lidar porque mexe com algumas sensibilidades. Acima de qualquer directiva, nesta questão particular deve imperar o bom senso. Não vejo mal nenhum em haver um diálogo moderado durante o jogo, principalmente depois deste ter acabado. O que nos ensinam, e bem, porque a experiência é isso que nos diz, é que devemos ter o máximo de cuidado na extensão dos diálogos, porque o risco de surgir algum problema é superior. Penso que não é novidade para ninguém. Mas qual é o problema em utilizar o diálogo de forma q.b.? No meu entender,nenhum. Eu e o meu colega admitimos algum diálogo com atletas e oficiais, porque entendemos que as reacções dos outros intervenientes às nossas decisões são inevitáveis.
Não me parece de todo despropositado que haja uma pequena conversa no fim do jogo, até para esclarecer um ou outro ponto de vista, desde que esta decorra de forma correcta e cordial. Podemos não concordar com uma coisa desde que respeitemos o ponto de vista alheio...


A segunda questão é mais fácil de responder, e para isso basta-me recorrer ao livro de regras, na sua regra 17.8:
17:8 - Ambos os árbitros são responsáveis pela contagem dos golos. Também anotam as advertências, exclusões, desqualificações e expulsões.
Há quem diga que essas obrigações devem pertencer à mesa por o jogo estar mais rápido, e eu compreendo esse ponto de vista. Mas penso não estarem ainda reunidas condições para que tal aconteça, por isso não dispenso o meu cartão branco, que te envio em anexo para veres mais ou menos o seu aspecto, e o espaço reservado aos golos..."

terça-feira, 23 de setembro de 2008

INTRODUÇÃO

Este é o primeiro dia de vida deste blogue.

Como digo em cima, espero que este seja um local onde pode haver uma correcta troca de opiniões, onde todas as opiniões e pontos de vista possam ser respeitados.
Pretende-se que este espaço seja fundamentalmente vocacionado ao Andebol, dando especial ênfase à Arbitragem, mas outras modalidades e o seu Ajuizamento Desportivo também poderão ter aqui "um cantinho" sempre que o tema se justificar. Por esse motivo, agradeço a divulgação deste blogue pelos vossos contactos, pois a todos poderá dizer respeito. Agradeço, igualmente, que me informem de algum erro ou gralha que possa ser detectado, e que me dêem o vosso feedback. É a primeira vez que crio um blogue, e é natural que possa errar. O meu mail é carloscapela@portugalmail.pt

Quero esclarecer uma coisa, em especial a quem não me conhece pessoalmente.
Não sou o dono da verdade, nem nunca almejei sê-lo. Mas tenho as minhas opiniões e pontos de vista, e é a isso que me proponho aqui, a discuti-los com os frequentadores deste espaço.
O ideal é este blogue ser construído não só por mim, mas por todos nós. Aceitarei e publicarei todas as dúvidas que me forem colocadas. Não gostaria de ter de "ser sempre eu" a escrever sobre algo, porque isso implicaria que os leitores seriam apenas passivos. Gostaria de colocar temas vossos, preferencialmente pertinentes, porque as dúvidas de uns são também as dos outros, os temas de interesse de alguns são certamente partilhados por outras pessoas.

Nesta primeira mensagem, não falarei de nenhum tema em particular. Como todos os projectos novos, também este precisa de ajuda. Neste caso, da vossa.

Conto convosco.