terça-feira, 6 de janeiro de 2009

MARCAÇÃO DE LIVRE DE 7M

Um livre de 7m pode ser assinalado por outros motivos, que não sejam uma falta aos 6m, ou uma violação da área por parte do defesa. É frequente, quando se assinala livre de 7m, o jogador infractor dizer "Mas eu não estava dentro!", e no entanto isso não é condição necessária para se assinalar essa infracção.
O que me leva a escrever este post é uma situação muito particular, e de que nem toda a gente tem conhecimento.
Imaginemos a seguinte situação (que já ocorreu em jogos meus)... Um jogador está isolado em contra-ataque, e ouve-se o som de uma buzina vindo da bancada, que claramente assusta o jogador que vai em contra-ataque e o faz perder o controlo da bola, e me surpreende a mim também. Páro o tempo, e assinalo livre de 7m, perante os protestos da equipa defensora.
No entanto, a regra está do meu lado, e transcrevo-a:

REGRA 14 - O Lançamento de 7 Metros

Decisão de Lançamento de 7 Metros

14:1 Um lançamento de 7 metros é assinalado quando:
(...)
c) uma clara oportunidade de golo é impedida através da interferência de alguém não participante no jogo, por exemplo um espectador entra no terreno de jogo ou então pára os jogadores por intermédio de sinal de apito.
Por analogia, esta regra também se aplica em casos de “força maior” tais como um súbito corte de energia eléctrica que interrompe o jogo precisamente durante uma clara oportunidade de golo.

Um contra-ataque, com o jogador isolado, é considerado uma clara oportunidade de golo. Apesar da equipa defensora não ter culpa da intervenção dos espectadores presentes, o atacante não pode, de forma alguma, ser prejudicado por isso.

12 comentários:

Anónimo disse...

Bom Post amigo Capela.. de facto sou ainda Jovem e não sabia desta regra, parece-me muito importante, pois para quem acede regularmente ao teu Blog fica informado, e de certeza como eu muitos também não sabia, se calhar até mesmo árbitros.. infelizmente. São esses esclarecimentos que enriquece a nossa Cultura andebolistica, e evita mutias vezes protesto em jogos e mesmo depois. Mais uma vez muitos Parabéns pelo excelente Blog.
Já agora, em contra-ataque, um bater forte de pés do defensor, um toke mesmo ke ligeito dá 7m? No caso do bater de algum som, como palmas ou com os pés dá 2m sempre? Sei ke quase sempre dá, mesmo dependendo, mas já que falamos em ruídos agradeço um esclarecimento profundo de quem sabe verdadeiramente.
Um Abraço

Carlos Capela disse...

Agradeço as tuas palavras, assim como também agradeço que divulgues este blogue pelos teus contactos, pois quantos mais formos, mais situações e motivos de discussão surgem!
Quanto à questão que me colocas, ambos os casos são, no meu entender, condutas anti-desportivas, merecedoras de punição. A diferença é que as palmas são completamente contra-natura, ou seja, nunca em condições normais ocorrem, enquanto que o bater de pés "perturba menos" e pode ser confundido como um "travar" após um sprint de recuperação defensiva. Por isso, o que eu penso como correcta acção do árbitro é excluir sempre no caso das palmas e fazer um primeiro aviso verbal (ou cartão amarelo, se ainda houver para dar) no caso do bater de pés, se nessa primeira ocorrência a perturbação fôr mínima e o atacante tiver sucesso na acção.
Um abraço.

Anónimo disse...

Bom dia caro amigo
Gostaria de poder também de esclarecer uma situação que aconteceu no jogo TAC-Palhaça e que ditou a derrota do TAC nos ultimos 4 segundos de jogo pelo seguinte motivo:

O TAC marca o golo do empate a 5 seg do fim, o GR adversário tenta repor a bola ao meio campo, sendo intercepetada pelo atleta do TAC à entrada da área antes de chegar ao meio campo e de se dar reinicio ao jogo. o árbitro e bem mostra o cartão vermelho ao atleta e depois, aí sim tenho sérias duvidas, assinala livre de 7 metros. será que estou enganado ou este livre não poderia ter sido assinalado pois o jogo ainda não tinha sido reatado no meio campo?.
um grande abraço

Anónimo disse...

Grande Capelinha

Ontem num dos meus 'sonhos' surgiu-me uma dúvida da qual pensei: o Capela é o único capaz de me responder na perfeição...

(Mais uma 'deixa' para ver quando me levas a comer a francesinha...) :)



Passando aos assuntos sérios, imaginemos as duas seguintes situações de jogo:

1- Um jogador no ataque, penetra entre o 1º e o 2º defensor, e no momento do remate o defensor inadvertidamente toca no braço de remate, provocando uma queda aparatosa por parte do seu adversário. O árbitro marca 7metros, dá vermelho ao defensor, mas no entanto repara que o mesmo apercebeu-se do mal que tinha feito e pede desculpa ao adversário.

2- Um jogador no ataque, penetra entre o 1º e o 2º defensor, e no momento do remate o defensor de forma propositada puxa o braço de remate, provocando uma queda aparatosa por parte do seu adversário. O árbitro marca 7metros, dá vermelho ao defensor.



- Acredito que ambos estejamos de acordo que é um lance passível de lesão grave do atleta, logo o vermelho directo não é questionável;
- No entanto, a diferença entre toque e puxão é evidente, assim como o pedido de desculpas.

O que te pergunto é o seguinte:

O árbitro deve ter a 'honestidade' aquando da elaboração do relatório de pormenorizar o sucedido da respectiva amostragem do vermelho? (Aplica-se a uma desqualificação, como a uma expulsão).

Pois neste caso em particular que aqui exponho, entendo que o castigo devia ser diferente, para um caso semelhante.


Abraços e bons apitos

BFRM

micropoint disse...

Essa situação já aconteceu num jogo de seniores aqui em lamego, um jogador da equipa adversária ia isolado em contra-ataque e alguem da bancada apitou. O rapaz parou porque pensava que tinha sido o árbitro e este marcou livre de 7 metros.
Agora o que te pergunto é o seguinte, se acontecesse a mesma situação mas num contra-ataque da equipa da casa haveria lugar à marcação de livre de 7 metros?
Abraço e até domingo ;)

Carlos Capela disse...

Bruno Rebelo, vou enviar-lhe um mail acerca da situação que descreve. Como em outros casos, não vou falar publicamente de casos concretos, com nomes de clubes e/ou de pessoas envolvidos.

Bruno Marques, penso que sim, que o árbitro deve ter essa "honestidade". O que se nos pede nos relatórios é que relatemos os factos tal e qual aconteceram, por isso deve escrever-se claramente as palavras "toca no braço" ou "puxa o braço". No que toca a castigos não é nada connosco...
E para a próxima não precisas de passar graxa, a não ser que andes assim tão desesperado...pela francesinha. :)

Tiago, claro que tem de ser livre de 7m para a equipa da casa também! As regras funcionam para ambos os lados. O jogador não tem culpa da inconsciência dos adeptos, mesmo sendo da sua cor... :) Até Domingo!

Fui esclarecedor com todos? :)
Abraços.

Anónimo disse...

Boas!
julgo que todos ficamos com o bichinho para saber o esclarecimento por sua parte (Capela) sobre a duvida aqui colocada pelo Sr. Bruno Rebelo
Abraços
até poderias fazer um post sobre isso

Carlos Capela disse...

Boas.
Não vou falar publicamente de situações que envolvem nomes de pessoas e clubes. Simplesmente não estou em posição para isso. Em particular, estou livre para o fazer, nunca em público. E penso que é fácil entender isso...
Um abraço.

Anónimo disse...

Viva

Bem Capela só coloquei esta questão, não em forma de crítica a alguém mas por serem dúvidas que muitos árbitros têm. Eu próprio quando arbitrava as tinha...

Gostava apenas de me referenciar ao que o Bruno Rebelo disse, e que pelos vistos colocou dúvidas tanto nos jogadores do Tondela AC, como nos da ADRE Palhaça.

Em relação ao lance em particular, com toda a franqueza, penso que a dupla de árbitros tomou a decisão certa.
É uma situação de jogo complicada, ainda mais pelo resultado do jogo final.
O vermelho directo ao jogador que desviou a bola é indiscutível e a marcação do 7metros é necessário.

Este é o meu ponto de vista,e baseia-se no seguinte:
- Quando o GR do ADREP colocou a bola no meio-campo, os jogadores do ADREP já estavam a deslocar-se para o ataque;
- Os jogadores do Tondela estavam a recuperar para a defesa, i.e., ainda não se encontravam definitivamente na defesa. Sendo que dois jogadores ainda se encontravam no meio campo 'do ADREP'.
- E finalmente 4 segundos num jogo de andebol, dá efectivamente para uma reposição de bola e golo.

Mais uma vez, compreendo que seja difícil de 'ingerir' uma derrota nos últimos segundos, ainda para mais da forma que foi. No entanto, a má reacção por parte de alguns jogadores de ambas as equipas era desnecessário.

Colocando-me no lugar do Capela, percebo o porquê de não querer falar de lances em que envolve nomes de clubes, no entanto, acho útil discutirmos um lance que na época passada foi bastante polémico, pois diferentes árbitros tomavam diferentes decisões.


Abraços


BFRM

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Boa noite Sr. Carlos Capela.
Eu gostaria que me esclarecesse uma dúvida.

Um guarda redes está fora da área para intercetar um contra ataque e o guarda redes da equipa adversária tenta marcar de baliza a baliza, se o guarda redes fora da área tocar na bola e a bola sair pela linha de fundo a bola pertence à equipa adversária?

Muito obrigado, e continue o excelente trabalho.

Carlos Capela disse...

Obrigado pelas suas palavras!

Quanto à questão que refere, sim, a bola pertence à equipa adversária. O GR, quando está fora da área, é considerado um jogador como qualquer outro.

Espero ter ajudado!