quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

OPINIÃO - TÉCNICA / TÁCTICA

Antes de mais, novamente peço desculpa pela fraca actualização do blogue. Tenho tido umas semanas absolutamente preenchidas, e tem-me sido difícil escrever. Mas agora arranjei um tempinho.

O meu post hoje é mais uma opinião pessoal do que uma indicação.
Devem os árbitros perceber de técnica e táctica? Devem os treinadores e atletas ter formação em regras e aplicação das leis de jogo?
Na minha opinião, ABSOLUTAMENTE SIM!
A minha forma de pensar vale o que vale, mas as nossas performances individuais só melhorarão se o trabalho for conjunto. Só teremos melhores árbitros se estes tiverem a colaboração das equipas e só teremos melhores atletas se tivermos melhores árbitros. Logo, a formação tem de ser mútua.

Um exemplo de como é extremamente útil aos árbitros perceberem de táctica está nas marcações individuais. Saber como se posicionar é da maior importância a um árbitro que se vê numa situação destas. Um mau posicionamento origina más avaliações de um lance e a possível colisão com um atleta.
Outro exemplo de como conhecer técnica individual pode melhorar a nossa actuação é nos casos dos bloqueios dos pivots, que nos permitirá distinguir um bloqueio de uma falta atacante.

Se formos para o outro lado da barricada, perceber que a tendência de um árbitro a estar especialmente atento à duração de um ataque de uma equipa em inferioridade numérica é grande, e isso pode levar ao planeamento de uma melhor estratégia de ataque sem se ser surpreendido pelo braço no ar.

Isto são só exemplos muito simples! Já nem vou falar dos atritos desnecessários que existem, e muitos deixariam de existir se houvesse trabalho em conjunto, em que as partes se desenvolveriam de forma não isolada. Muitas vezes ouvimos protestos em situações inacreditáveis de desconhecimento de regras, mas também há árbitros que correm o risco de estragar um jogo com más decisões oriundas do não conhecimento da técnica e da táctica das equipas.

Pode ser uma utopia minha, mas sempre insistirei no trabalho em conjunto até me provarem que não é a melhor solução.

6 comentários:

Aníbal Martins disse...

Completamente de acordo...A minha opinião é exactamente a mesma.
No entanto, e isto não está relacionado com o objectivo do post mas sim com um dos exemplos, acho que seria importante haver uma uniformização de critérios em relação aos bloqueios. Obviamente que reparo mais nisto porque é a minha posição, mas é muito difícil jogar quando há árbitros que deixam fazer tudo e outros que quase não deixam tocar...

Carlos Capela disse...

A uniformização de critérios é algo que nós próprios temos noção que é difícil atingir. Como sabes, e vais poder comprovar mais uma vez este sábado ( :) ), eu gosto de deixar jogar. Eu e o Bruno temos uma visão do andebol muito semelhante nesse aspecto. Mas claro que outros há que gostam de "cortar" o jogo.
Sabe-me muito melhor ver um jogo fluido, apesar dos riscos que isso comporta.
Mas relativamente aos critérios sim, concordo contigo. Mas aí somos nós, árbitros, que temos de nos reunir para definir a nossa forma de actuar. O que é difícil, pois com tantos jogos ao fim-de-semana não sobram datas...

Aníbal Martins disse...

Pois, eu sei que faltam árbitros e voces têm jogos a mais...mas pelo menos naquelas formações no pricípio das épocas poderiam ser abordados alguns desses aspectos...
E já agora, boa sorte para sábado :)

Miguel Durães disse...

Totalmente de acordo consigo. O universo andebol é tão pequeno que tais divisões (barricada) não têm o mínimo de sentido. A nossa modalidade, que tanto gostamos, só evoluirá cada vez mais, se entendermos os problemas e dificuldades de todos os intervenientes. Juntos entenderemos melhor o fenómeno andebol. Já estive dos 2 lados da "barricada" e entendo prefeitamente as dificuldades dos árbitros e agora dos treinadores, e digo-lhe que por vezes é pena constatar que não falamos a mesma língua... Acções de formação conjuntas e intercâmbios de trocas de experiência seriam bastante enriquecedoras. O seu blog ajuda nesta temática, mas deveria ser a Federação a debruçar-se sobre a mesma.

Jorge Almeida disse...

Sr. Eng. Carlos Capela,

1º) isso da coordenação foi falado na crónica da jornada do Banhadas, onde fala-se da necessidade duma certa e determinada dupla necessitar de maior coordenação. Se falassem disso mais cedo, mais cedo apareciam casos.

2º) Sem querer tirar importância ao assunto em causa, e sem querer ditar as suas leituras e as leituras dos leitores deste blogue, chamo a atenção para o seguinte artigo:

http://teamhandballnews.com/news.php?item.908

Aqui, chama-se a atenção para o "facto" das duplas de arbitragem não europeias estarem a evoluir mais rápido que as duplas de arbitragem europeias, e que o culpa do disso é o GRTP da IHF, ou seja, o programa global de treino de árbitros de andebol promovido pela IHF.

Agora pergunto eu: Sabe se há árbitros portugueses neste programa? Em caso afirmativo, sabe-me dizer porque é que não são divulgados resultados da acção deste programa nesses árbitros?

É que não me pareceu que esta iniciativa fosse só para árbitros não europeus (ou seja, árbitros inscritos em federações nacionais não inscritas na EHF - não nos podemos esquecer de Israel).

Carlos Capela disse...

Boa tarde.
Não sei se há árbitros portugueses envolvidos nesse programa, nem tão pouco conhecia a sua existência.
Quanto a esse assunto, não sei o motivo de as duplas não europeias estarem a evoluir mais que as europeias, mas talvez esteja relacionado com a maior margem de progressão que essas duplas têm. O andebol europeu é o mais competitivo, e isso leva a que os árbitros tenham tendência a ser mais evoluídos e experientes também. Logo, é natural que os árbitros de outras paragens tenham, como eu disse, maior margem de progressão para evoluir.