quinta-feira, 3 de setembro de 2015

ÉTICA NO DESPORTO

Nesta fase em que o tiro de partida para as competições está a ser dado, quero deixar uma mensagem mais sobre ética e comportamento. Provavelmente a última desta pré-época.

Não pretendo ser, como nunca pretendi, mais papista que o Papa. Mas durante a minha carreira de árbitro sempre fiz questão de dar o meu melhor para que os jogos decorressem dentro do maior espírito de respeito e fair play possível, nomeadamente os jogos de camadas jovens.

Quanto aos jogos de miúdos, e como o coordenador do Plano Nacional de Ética Desportiva (PNED), Dr. José Carlos Lima, mencionou na sua intervenção na última ação de formação para árbitros e observadores, estes jogos deveriam servir para ganhar competências, e não para competir. Não vou correr o risco de me repetir relativamente ao que já escrevi em outras ocasiões, com a exceção de um novo apelo aos pais para incutirem um bom espírito desportivo nos seus filhos porque, citando novamente o Dr. José Carlos Lima, a importância do exemplo é fundamental. O que os filhos veem os pais fazer, fazem também.

Nos jogos de adultos, então os atletas têm uma palavra muito grande a dizer sobre a forma como decorrerá cada jogo, cada jornada, cada competição. É possível competir, procurar a vitória e lutar para ganhar, mantendo o espírito de respeito e fair play por todos aqueles que assistirão a cada jogo.
São vocês os exemplos dos jovens atletas. É a vocês que eles querem imitar. Ajudem-nos, com bons exemplos em campo e fora dele.

Quanto aos árbitros, reforço a necessidade de se manterem conscientes da responsabilidade que a própria função acarreta. Sejam também educadores nos jogos dos mais novos, sejam bons juízes nos jogos dos mais velhos.

Este post é curto, e tem o objetivo único de, como já referi, apelar à consciência de cada um de nós, para procurarmos um Andebol melhor, um Desporto melhor.

BOA ÉPOCA A TODOS!

3 comentários:

Jorge Almeida disse...

Sr. Eng, 2 situações:

1) O não funcionamento do macador eletrónico não é motivo para adiar a realização do jogo? Parece que houve um jogo da PO01 ontem que se realizou sem ter o marcador eletrónico a funcionar de todo ...

2) Em relação ao cartão branco, parece-me ser uma boa iniciativa, mas que teria mais êxito se se pudesse premiar a equipa com mais cartões brancos no final do jogo com mais um golo que os marcados nessa partida. Sempre era um incentivo nada dispiciendo, especialmente em certas partidas mais competitivas e com resultado mais apertado ...

Fiquei com uma duvida acerca disso. Imaginemos a seguinte situação (um bocado extrema por sinal, mas é com estes extremismos que se tiram as duvidas): Quem faz uma falta em que é castigado (com 2 minutos de suspensão ou até mesmo cartão vermelho), mas que logo a seguir vai ajudar o adversário a levantar-se do chão, será que pode também ver-lhe mostrado o cartão branco?
Para ser mais concreto, um GR que sai a intercetar um lançamento de contra-ataque adversário, mas que choca contra o adversário, os árbitros assinalam a falta mas stão momentaneamente longe do local, o GR ajuda o adversário a levantar-se, entretanto chega o àrbitro ao local e sanciona-o com 2 minutos de suspensão. Pode também ver o cartão branco neste caso?

Carlos Capela disse...

Olá.

Quanto à primeira situação, isso não é motivo para não se realizar o jogo. Há cronómetro manual, e as equipas podem a qualquer momento informar-se do tempo junto a mesa.

Quanto ao ponto 2, compreendo o que diz, mas não concordo na medida em que o árbitro iria ter intervenção direta no resultado. Especialmente nos jogos de resultado apertado, como diz, o árbitro não pode ter intervenção direta na atribuição de golos...

No que toca à sua dúvida, primeiro esclareço que quando o GR sai num contra-ataque e colide com o atacante, deve ser desqualificado e não ser excluído por 2 min.
Nessa situação, não me parece que simplesmente ajudar a levantar um atleta seja motivo para mostrar o cartão branco. Parar um contra-ataque para ajudar um adversário já seria mais lógico...

A questão do cartão branco pode não estar ainda totalmente esclarecida em todos nós (eu incluído), mas penso que nada impede um jogador faltoso de ver o cartão branco depois. É preciso é que a ação o justifique...

Jorge Almeida disse...

Sr. Eng, obrigado pela resposta rápida.

Quanto à saída do GR, realmente confundi-me, a regra ainda é nova, ainda penso que ser desqualificado quando muitas vezes é um mero choque e em que ambos querem ir à bola, parece-me ainda um exagero, mas enfim ...

Quanto à influência da minha sugestão no resultado, é bem capaz de ter razão, não me tinha apercebido disso. Parece-me é que as situações de exibição do cartão branco deveria estar melhor exemplificadas, a coisa parece-me ainda demasiado vaga para que uma dupla mostre cartão branco em situações que outra dupla não o faria.

Em relação à situação do marcador eletrónico, quando ainda era dirigente, um dos requisitos essenciais para inscrever equipas na PO09 e na PO01 era dispor de pavilhão com marcador eletrónico. Penso que ainda deve ser assim. Se ele não funciona, na prática é o mesmo que não estar lá, não acha? Se concordar comigo, como é que se pode realizar o jogo duma prova deste tipo num recinto sem as condições mínimas consideradas necessárias? Atenção que não acho que a culpa, neste caso, seja do clube que joga em casa. Se se lembrar, já muitas vezes comentei no Banhadas que esse clube deveria ser louvado pela FAP pela actividade que tem, ao nível competitivo que tem, e sem ter uma "casa" dedicada (tem de andar sempre com a "casa às costas").