quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A RASTEIRA


A rasteira é a coisa mais banal que existe no futebol, mas é altamente reprovável no andebol.
Pode provocar lesões graves em quem as sofre, mesmo que a intenção de quem a faz não seja magoar.
Não é a primeira vez que os infractores dizem "Rasteirei, mas foi sem querer." ou, como um treinador de um escalão de formação me disse há 2 ou 3 anos, "Desde quando uma rasteira é vermelho?". Pois bem, transcrevo as regras que o indicam, claramente:

8:5 Um jogador que ponha em perigo a integridade física do adversário ao atacá-lo, será desqualificado (16:6b), particularmente se:
c) bater deliberadamente no corpo de um adversário com o pé ou joelho ou de qualquer outro modo; incluindo rasteiras;

A Desqualificação
16:6 Deve sancionar-se com uma desqualificação os seguintes casos:
b) por infracções que colocam em perigo a integridade física
do adversário (8:5);

Entendo, e aceito perfeitamente, que por vezes estas situações ocorram sem o mínimo de intenção de magoar, lesionar, e que até ocorram após o jogador infractor escorregar. Mas é muito difícil discernir essas situações, e não podemos esquecer que ao jogador que sofre essa falta, a mazela ninguém lha tira...

11 comentários:

Anónimo disse...

Antes de mais gostaria de o felicitar por este excelente espaço, que recentemente descobri, mas que para nós que somos os senhores do apito ajuda muito. É sempre bom aprender com quem realmente sabe.
Nós arbitros temos acima de tudo de apitar as actos e não as intenções. É sempre bom lembrar que dentro do campo, os jogadores são sempre os "mais" bem intencionados do mundo, uns cordeirinhos... e nós as ovelhas ranhosas.

Carlos Capela disse...

É verdade que somos, normalmente, o primeiro alvo quando algo não corre bem.
Porque muitas vezes as pessoas reclamam por desinformação, abri este espaço para humanizar a nossa função e explicar os nossos pontos de vista...

Muito obrigado pelo seu comentário. Espero que continue a visitá-lo e a intervir.

Um abraço.

Baptista disse...

Isso é verdade, mas os treinadores, nunca vêem o outro lado da moeda quando perdem os jogos. Como por exemplo a nivel da execução dos 7m quantos os jogadores falham, em contra-ataques e por ai fora. Para eles é bem mais facil atacar-nos do que atacar os jogadores deles.
A pouco tempo fui apitar um jogo em que a equipa da casa perdeu por muitos e estavam a por as culpas em cima de nós, mas esqueceu-se que um jogador da equipa dele levou vermelho por tentar agredir o adversário, nesse aspecto não teve correto

Anónimo disse...

Só espero é que este espaço n seja só frequentado pelo nosso "lado"...
Fazia falta um espaço destes para explicar o nosso ponto de vista, e acima de tudo explicar as regras de andebol que penso ser o principal problema dos nossos atletas, treinadores e dirigentes (o publico já é natural).
Qualidade técnica até que existe, agora saberem as regras é que é uma grande carga de trabalhos.

Carlos Capela disse...

Eu daria uma resposta mais abrangente.
Se outros agentes têm dificuldade em perceber as regras, nós podemos contribuir para isso. Por outro lado, muitos árbitros não têm suficiente cultura táctica para entrar no espírito de um jogo e interpretar cada situação correctamente.
Nós, árbitros, também temos jogos maus. TODOS NÓS. Temos maus momentos, com intervenções infelizes e por vezes desajustadas.
O objectivo deste blogue é homogeneizar cmportamentos, pelo menos entre as pessoas que o lêem.
Não ataco ninguém em particular, porque por vezes somos nós, árbitros, que não estamos bem... Outras vezes são os outros!
Dentro do possível, vou esclarecendo situações dúbias e aprendendo sempre.

Anónimo disse...

Boas Carlos,

Relativamente ao tema da "Rasteira" podemos inclui a mesma no lote de faltas grosseiras ou anti-desportivas.

Num jogo recente houve um gr que num lance fora da area tentou cortar a bola com os pés e não conseguindo tocou no jogador da equipa adversaria, contudo o toque não foi suficiente para o derrubar (lei da vantagem aplicada) e golo para a equipa atacante. Neste lançe a interpretação da mesma levou-me a advertir o gr apenas com uma exclusão, contudo concordo com a tua analise da "Rasteira", nem sempre é facil distinguir o "sem intenção" mas que pode provocar grave lesão no adversário do intencional.

Mais uma vez fica a cargo da dupla de arbitragem de acordo com a leitura do jogo ajuizar cada lançe e intervir de acordo.

Cumprimentos e parabéns pelo teu blog.

Baptista disse...

Por exemplo, preocupar-se menos com os treinadores de bancada e preocupar-se mais com os treinadores no sentido de explicações das regras.
Por exemplo a federação podia fazer mais reciclagens como costuma fazer no inicio da época(no europarque), mas devia continuar a fazer por exemplo a meio e mesmo no final

Carlos Capela disse...

Olá, Ricardo.
Nesse caso que descreves, parece-me correcta a interpretação que fizeste do lance.
Quando é CLARAMENTE VISÍVEL que não há intenção, e isso é óbvio para todos, compreendo perfeitamente e até acho correcto que se sancione o jogador com uma sanção menos pesada que o vermelho.
Contudo, quando há dúvida, a minha opinião é que não se deve hesitar na hora de sancionar com desqualificação.
Como dizes, fica a cargo da dupla de arbitragem analisar correctamente o lance. Quanto mais experiência tiver a dupla, menor será a probabilidade de errar.

Emanuel, não penso que devamos explicar regras frequentemente durante um jogo, mas num ou noutro caso particular não vejo problema... Mas para as explicar, é preciso sabê-las... :)

Anónimo disse...

E é necessario que do outro lado alguem as queira ouvir e perceber, que tambem julgo ser um grande problema

Baptista disse...

E ninguem disse o contrario capela ;) , para explicar e preciso saber e neste aspecto eu sei que não sei tudo, mas ao longo do tempo aprendo e também sei que existe casos e casos,e pode sempre haver situações que não estão no livro de regras.

Carlos Capela disse...

Nesse caso, o problema deixa de ser nosso... ;)

Quanto ao Emanuel, ninguém sabe tudo, pá... :) É o tempo e a experiência que nos vai preenchendo as lacunas, desde que sempre trabalhemos...