sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

SONDAGEM

O que vou lançar hoje é um risco.
Risco, por uma razão muito simples… É que se as pessoas não levarem a sério, é um inquérito sem credibilidade e fundamento nenhum.
Passando a explicar, o que quero saber ao lançar esta sondagem, é em que aspectos os leitores deste blogue consideram que a arbitragem Portuguesa está pior. Uma vez que este blogue tem uma média de aproximadamente 200 visitas semanais, o que considero bastante razoável num projecto recente, penso que a amostra permitirá tirar algumas conclusões.
O leitor perguntará o que vai mudar na arbitragem nacional com este inquérito. Pouco ou nada, não vou enganar ninguém. Mas se algum formador, independentemente da Associação Regional onde estiver, ler estes dados e conseguir tirar algum aproveitamento para o seu trabalho local, então talvez haja benefícios neste inquérito.
Como muitos poderão saber, não estou tão envolvido na formação em Aveiro como já estive, mas sempre que possível estarei com os árbitros jovens. Se lhes conseguir passar a mensagem, estou a fazer a minha parte. Se cada árbitro com responsabilidades na formação também fizer um bocadinho, então no futuro poderemos ter uma arbitragem melhor.
Não é permitido votar em mais do que um tópico, pelo que as pessoas devem escolher o aspecto que está mais abaixo do expectável. Acredito que haja quem queira votar em todos, mas isso era “boicotar” os resultados finais… :)
Colaborem, passem a palavra, porque quantos mais votos houver, mais fiável será o resultado, e melhor trabalho os formadores de árbitros poderão fazer.
Tirarei uma conclusão quando a votação estiver concluída.

NOTA: O tópico “Outros” refere-se a outras questões não abordadas. Quem seleccionar esse tópico, por favor especifique nos comentários.

6 comentários:

Anónimo disse...

Boas Sr Arbitro Capela.

Aqui á coisa de uma semana descobri o seu blog e achei-o interessantissimo. Parabens por ele!

Quanto á questao que coloca, é como o senhor diz, pode haver um pouco de tendencia, mas eu vou tentar nao o ser.

Bom na minha modesta e inocua opiniao, eu entendo que estao cada vez arbitros mais jovens a arbitrar jogos de nacional . Eu tenho 17 anos, e deparei-me este ano com arbitros de 18 anos . Por mais que me esforce, e durante o quente do jogo, num lance ou outro mais duvidoso para mim, fico a dar comigo a controlar-me fortemente para nao desatar a discutir com os arbitros e a reagir pela negativa. E isto porquê? Porque é dificil para mim, respeitar um arbitro da minha idade, quando o arbitro deveria ser uma pessoa autoritaria, com bastante mais experiencia de andebol que o atleta . Posso estar a ser bastante mesquinho ao pensar desta forma, mas é realmente o que penso.

Mas vejamos:

Por mero acaso, descobri que esses mesmos arbitros, arbitraram no dia de hoje um jogo de SENIORES da 2º Divisao nacional. Suponho que estando a jogar atletas com mais de 30 anos, imaginemos que se para mim é dificil respeitar, o que dirao eles ?


Penso, sem certezas pois nao passa de uma suposiçao e o Sr Capela pode responder bem melhor que eu, que isto se deve a falta de organizaçao e ate bom senso de quem de direito.

Continuando a falar de arbitros, acho inacreditavel, e incompreensivel, como em todos os jogos de Abc's, Francisco's de Holanda, e ate Fermentoes, os arbitros façam parte da Associaçao de Braga . É as guerra de Associaçoes (Porto vs Braga) ?


Finalizando lembro-me de um jogo com uma arbitragem comica, de uma dupla de arbitros do Porto, em jogo com duas equipas do Porto, arbitros estes com muitos anos de arbitragem, pois ainda me lembro deles do meu tempo de infantil. Bom durante o jogo a dupla favoreceu uma e outra equipa:

-Isolado, armo a braço, vou a executar o remate, tocam-me no braço, e nada assinalam .

-Estou a ganhar posiçao nos 6 metros, colocam-me a bola para o espaço, pregam-me uma rasteira (Voce faz referencia no topico anterior) e nada assinalam.

-A dupla marca reposiçao de bola do guarda redes, no decorrer da jogada anterior a bola sobrou para mim que ao ver a sinaletica do arbitro passo a bola ao redes, mal executo o passe, ele altera a sinaletica para uma mera falta fora da area, logo como tinha passado a bola para o redes, deu-se lugar a um livre de 9 metros para a equipa adversaria.

-Foram dados sem exagero mais de 13 exclusoes de 2 minutos, alguma bastante duvidosas.

-Reconheço tambem que em varios lances, e sistematicamente, agarrei o pescoço, ainda que involuntario, do adversario, e o arbitro, recoheço, devia-me ter mandado para a rua, e seria a 3 exclusao e consecutiva desclassificaçao. Isto aconteceu inumeras vezes.

-Aconteceu tambem, logo apos aquela cena de eu ter passado a bola ao guarda redes e a dupla inveter a sinaletica, que atonito com a situaçao e um pouco alterado, cometi um acto que poderia muito bem ser considerado agressao, do qual o arbitro apenas sancionou 7 metros e nada me deu. (o adversario teve de sair lesionado e fiquei com a consciencia bem pesada mas pedi-lhe desculpa pela atitude erreflectida)

Fora outras situaçoes que nao me recordo.

Folgo dizer que no fim do jogo, e apesar dos incidentes durante o decorrer do jogo, as duas equipas comprimentaram-se e dialogaram sobre a arbitragem que consideraram completamente negativa para ambos os lados.



Bom, acho que talvez ate me possa ter afastado um pouco do tema, mas é para fazer notar que algo vai mal. Posso tambem estar a dizer isto porque me sinto prejucidado, e posso nem estar a ser ambiguo, mas estou a tentar se-lo.

Por vezes quando as decisoes dos arbitros nao vao aos nossos interesses, podemos sentir-nos prejudicados. Mas eu tento sempre analisar os lances imparcialmente .


Resumindo: penso que a tenra idade dos arbitros aliada á pouca experiencia sao factores de uma possivel má arbitragem. E a puca organizaçao e interesse de quem de direito, na formaçao e atribuiçao de jogos a arbitros menos capazes, podem ser factores responsaveis.

Mas tudo isto é a minha opiniao, que pode ter nada de verdade.

Deixo, e requesito, a sua propria opiniao, acerca das minhas ideias.


Um Abraço Sr Arbitro Capela, que eu ja encontrei varias vezes dentro de campo.

Parabens mais uma vez !

Anónimo disse...

Caro atleta Pedro Tomaz,

Relativamente à questão colocada sobre a idade das duplas, posso-lhe dizer que tenho 26 anos, sou arbitro ha 7 e sou nomeado regularmente para jogos da 2ª divisão, onde ha muitos jogadores com mais idade que eu e que tem o nr. CIPA inferior ao meu e contudo não me deixo privar pelo respeito que tem que ser mutuo. Quando não existe, há que actuar de uma forma exemplar e rigorosa.

A idade não dá estatuto a ninguém e provavelmente o Pedro está apenas a ver o seu lado, ou seja, os atletas também falham (golos, intercepçoes, etc...) e no pior cenario é repreendido pelo treinador e substituido.
Há que entender que o erro faz parte da condição humana, quer do atleta quer do arbitro. Se entendermos isto, e se os atletas se dedicarem a 100% ao jogo e não 50% jogo e 50% quererem ser arbitros do proprio jogo, vamos progredir... entretanto haverá sempre "ovelhas negras" nos dois lados da "barricada".

Saudações desportivas para si e para todos.

Carlos Capela disse...

Olá.
Antes de mais, agradeço as tuas palavras, Pedro. Espero que visites este blog regularmente, e que consigas sempre tirar proveito do que eu e outros intervenientes escrevem.
Se me perguntas se acho que há árbitros demasiadamente jovens a arbitrar competições nacionais, digo que...talvez! Eu próprio penso que na altura subi demasiado cedo (aos 19 anos, época 1999/2000), mas foram anos que me permitiram ganhar experiência e "calo" para aguentar certos jogos. Quando os árbitros são jovens, é sempre um risco... Por um lado, se eles conseguirem retirar o bom e o mau das experiências por que passam, aprendem imenso e o futuro poderá ser-lhes risonho. Por outro, há sempre o risco de as equipas pensarem "É puto, vamos cair-lhe em cima e pressioná-lo.", e olha que isto não é tão raro assim.
Não sei em que clube jogas (desculpa, vejo que me conheces, mas pelo nome não sei quem és... queres ajudar-me nisso? :) ). Tens 17 anos, eu tenho 28, mas se me tratares por tu não tenho problemas com isso, desde que o faças correctamente. O respeito não está escrito no BI, nem em lado nenhum, deve estar incutido sempre, em nós. Sempre respeitei da mesma forma um infantil ou um senior. Como jogador, era mais nervoso, mas mesmo assim nunca fui sancionado por faltas de respeito.
Como diz o Ricardo, e muito bem, a idade não dá estatuto a ninguém. Acredita que eu, enquanto árbitro, já apanhei miúdos infantis que dão goleada na educação a muitos mais velhos, e outros que enervam só de ver a sua péssima forma de estar. Por outro lado, já passei por situações difíceis graças à má formação dos mais velhos, e também conheci imensos atletas com bem mais idade do que eu que sempre me trataram de forma exemplar.
No entanto, tenho de dizer que compreendo o teu ponto de vista. Não quero dizer que concorde totalmente, mas compreendo.

Na questão das nomeações para alguns jogos de equipas que falas, não meto a foice em seara alheia... Não posso nem quero opinar sobre o que não me compete.

Na descrição que fazes desse jogo... bem, boas e más arbitragens acontecem com árbitros jovens e mais velhos, mas concordo que nos mais jovens a probabilidade de um jogo menos bem conseguido é maior devido à menor experiência, e só a isso. Há arestas que só o tempo ajuda a limar. No entanto, deixa-me dizer-te que já vi arbitragens bem boas de árbitros recém-promovidos a nacionais. Claro que também há as más, e isso acontece com todos... Posso não ser um árbitro espectacular, valho o que valho e considero-me um bom árbitro, normalmente regular nas minhas actuações. No entanto, também tenho os meus jogos maus e sou o primeiro a reconhecer isso. Há dias em que simplesmente estamos mal, e nada do que façamos nos sai bem. Com certeza também tens dias assim...

Já se falou disto há pouco tempo neste blogue, e o Ricardo voltou a tocar no assunto. Toda a gente auer ser árbitro do próprio jogo. Ou seja, toda a gente reclama de tudo. A única questão que te proponho que penses é a seguinte. Quando um jogador falha um contra-ataque isolado é repreendido e não raras vezes se ouve na bancada "Coitado, hoje não está nos dias dele.", mas se um árbitro não marca um livre de 7m é logo um filho disto e daquilo, que não marcou algo que toda a gente viu.
Com isto não estou a criticar ninguém. O clubismo é inevitável, e as pessoas exprimem-se sempre em favor do que sentem e nem sempre são racionais. Apenas digo isto para perceberes como é difícil o nosso papel. Sejamos jovens ou velhos... ;)

Um abraço.

Anónimo disse...

Boa tarde, sou treinador de jovens, e vejo em alguns jogos arbitros da mesma idade que os meus os atletas. Não coloco em causa que possam errar, e se educamente corrijo os meus atletas por vezes tento educadamente também corrijir e alertar os jovens arbitros e deparo-me com frases do género "eu é que sei" ou "quem manda sou eu". Analisando o Curriculum desses jovens arbitros observa-se que têm anos e anos de prática desportiva como praticantes [2 no máximo 3 :-) ]e como arbitros outros tantos.
com tanto "texto" só queria deixar uma questão
Não devem estes jovens arbitros aprender ou ouvir com que já anda cá há algum tempo ?
Apesar de ser outra classe a dos treinadores.
abraço e parabéns pelo Blog

Carlos Capela disse...

Deixe-me responder-lhe começando pelo fim do seu comentário. Disse o seguinte: "Não devem estes jovens arbitros aprender ou ouvir com quem já anda cá há algum tempo?". Estou 200% de acordo consigo!
A primeira coisa que tento passar aos árbitros mais jovens, sempre que estou com eles, é que devem ser humildes e devem ouvir e respeitar toda a gente. Autoridade é um conceito muito diferente de autoritarismo, e faz-me muita confusão quando alguém, sendo árbitro ou não, os confunde. Como dizia, um árbitro não perde autoridade se escutar e conversar com outras pessoas, principalmente com os mais velhos. Depois poderá tirar as suas conclusões, e ver o que lhe importa reter ou não. A minha experiência pessoal é que sempre se aprende com quem é experiente, até com os maus exemplos que essas pessoas podem dar!
Digo inúmeras vezes que os árbitros podem aprender com os treinadores, e que os treinadores podem aprender com os árbitros. Assim haja abertura de espírito de ambas as partes para tal...

Um abraço e obrigado.

Anónimo disse...

Declaração de voto:

Gostaria de declarar que votei no item “relações humanas” porque considero ser esse o elemento diferenciador num árbitro, muito para além da sua competência técnica, do seu nível de formação ou até da sua eventual superioridade intelectual.

- Algumas vezes fico triste e um pouco frustrado quando nos meus jogos sou confrontado com duplas de árbitros conceituadas do nosso Andebol, que apesar de serem tecnicamente irrepreensíveis, se escusam a interagir com os outros intervenientes no jogo, assumindo uma postura arrogante e de distanciamento.

- Outras vezes sinto-me impotente e revoltado perante a ignorância e a deficiente preparação de algumas duplas, jovens e menos jovens, reconhecendo no entanto que na maioria dos casos a culpa não é dos próprios.

Porém, consigo ter nas duas situações descritas uma margem de tolerância que me permite afirmar que todos temos de melhorar e que são precisamente as “relações humanas” que podem ditar a diferença de no futuro termos o Andebol que desejamos.

Já agora, deixem-me dizer que aquilo que realmente me enfurece é quando num mesmo indivíduo, neste caso falamos do árbitro, estas duas características, “arrogância e ignorância” se juntam, castrando por completo qualquer tipo de relação.

José Alberto Monteiro
Salvaterra Magos