sábado, 25 de setembro de 2010

NOVAS REGRAS 2010 - outros casos

Penso que estará quase tudo dito acerca das novas instruções, pelo menos no seu essencial.
Há sempre muitas outras subtilezas nas regras que nos levariam a muitos outros posts, mas talvez o melhor seja ir falando dessas coisas à medida que elas surgirem, seja nos meus ou nos vossos jogos. Ficarei satisfeito se me forem colocando essas questões.
Como "post final" acerca das novas regras (que na verdade não o são), relembro só alguns outros aspectos que foram falados nas reciclagens, a que nós, árbitros, deveremos prestar muita atenção.

Já antes disse que nem só os contactos que efectivamente ocorrem são puníveis com sanções disciplinares. Há outra situações que o podem ser. Dou um exemplo, aconteceu ainda hoje, no meu jogo.
Num contra-ataque, um miúdo da equipa que estava a sofrer esse contra-ataque foi por trás do atacante e, no momento do remate, tentou assustá-lo com um "BU!", junto aos ouvidos, para o desconcentrar. Excluí-o, e ele ficou muito admirado pois não tinha tocado em ninguém... Estiveram excelentes os oficiais da equipa, que o repreenderam imediatamente após a minha sanção e o fizeram vir falar comigo no fim do jogo, para que eu pudesse explicar que aquela atitude anti-desportiva era sancionável. A título de curiosidade, confesso que disse ao miúdo que "perdoo" mais depressa um jogador que faz um tipo de defesa mais dura, desde que esteja pura e simplesmente à procura da bola, do que alguém que tem este tipo de atitudes. Nestes casos, não há compreensão nem perdão. É anti-desportivismo.

Outra coisa que me incomoda particularmente são as simulações. Uma coisa é tentar sacar uma atacante ou uma sanção, quando se calhar até há um mínimo de motivos para tal. Entendo isso como normal, porque eu próprio o fazia quando jogava.
Outra coisa completamente diferente é tentar enganar os árbitros, atirando-lhes areia para os olhos. Deixo aqui um exemplo de um vídeo de um jogador que, na minha opinião, teria de ser sancionado com sanção progressiva. Por "sanção progressiva", entendo que o jogador deve ser excluído, mas um cartão amarelo pode ser bem aplicado, se for numa fase muito precoce do jogo.

(não consegui fazer o upload do vídeo)

Há, ainda, outras situações, como as faltas atacantes sem bola, ou as violações de área por parte dos jogadores que não têm posse de bola, que estavam já regulamentadas, e que deverão continuar a ser alvo de particular cuidado.

Agradeço que não tenham problemas em colocar aqui as vossas questões, seja sobre as novas regras ou sobre as mais velhas... :)

6 comentários:

Jorge Almeida disse...

Sr. Eng.,

concordo plenamente consigo.

Este tipo de situações como o "BU!" faz lembrar o grito de "BOMBA!" que foi revelado aqui há tempos.

O adversário apanha cada susto! Até pode levar a ataque cardíaco!

Quanto à situação do Iker Romero, isto só o desprestigia a ele mesmo. Um atleta daquele nível tem de entender que é um modelo de comportamento, dentro e fora do campo, especialmente para os miúdos.
Aliás, se fosse director do clube, faria tudo por tudo para que ele se viesse retractar em conferência de imprensa. Ainda mais num clube como o FC Barcelona, que, muito justamente, tem o lema "Mais do que um clube".

Carlos Capela disse...

Tem toda a razão, essa da bomba está na mesma categoria, se não for ainda mais grave!

Quanto à simulação, são situações que me incomodam particularmente, porque são o anti-andebol.
É o desrespeito total pelo adversário e pelo árbitro. Tal como disse no post original, uma coisa é um jogador tentar arrancar "algo mais" após um contacto, porque faz até parte do jogo. Outra coisa é aquilo que o Iker Romero fez!

Jorge Almeida disse...

Sr. Eng.,

veja só o caso que envolve uma dupla de árbitros de andebol na Suécia.

Link:

http://svt.se/2.21095/1.2164512/domare_drar_forbundet_infor_ratta?lid=puff_2164512&lpos=rubrik

Carlos Capela disse...

Se percebi bem...
Querem comparar os árbitros a juízes? Tem alguma razão... O poder decisor é semelhante...

João Rola disse...

Antes de mais os meus paarbéns pelo excelente trabalho do seu blogue.
Quanto à situação que descreve no passado fim de semana um colega seu perante uma situação identica, atleta em contra ataque e adversário bate com pé no chão com intençao de pertubar a sua concentração no momento do remate.
O arbito, a meu ver mal, puniu com cartão amarelo.
Quanto aos resto, novas velhas regras, os jogadores têm de se ir habituando sendo certo que já na época passada em jogos do campeonato espanhol e alemão se via os defesas a desinteressarem-se completamente da acção defensiva ao pivot quando este ficava de frente para a balisa.

Carlos Capela disse...

Caro João, agradeço imenso as suas palavras.
Compreendo esse cartão amarelo se o jogo estiver numa fase inicial. Por norma, nessas situações e SE o bater do pé não é muito intenso, não é mau deixar um aviso verbal, ou um cartão amarelo.
Já em situações como a que eu tinha descrito ou com um bater de palmas ao ouvido (como pontualmente acontece), o amarelo é claramente soft...
Falando das novas regras, repito aquilo que já referi algumas vezes. Elas não são novas no cômputo geral, as exigências é que são maiores! E as pessoas não estão habituadas, é verdade...