quarta-feira, 13 de outubro de 2010

PRIMEIRA PARTE MAIS LONGA

Ok, supostamente isto não deve acontecer. Mas já dizia o outro, desde que vi um porco a andar de bicicleta acredito em tudo... :)
Imaginemos que há uma falha na contagem do tempo, ou porque o relógio dos árbitros ficou sem pilha, ou porque estes se esqueceram de controlar o tempo, ou porque houve um corte de electricidade no pavilhão e mandou o marcador à vida... qualquer coisa! Chega-se à conclusão que a 1ª parte teve 32 minutos.
Que diz o livro de regras sobre isto? Vejamos um excerto da regra 2:7...

2:7 (...)
Caso a primeira parte do jogo (ou um período de prolongamento) tenho sido terminado demasiada tarde, o segundo tempo deve ser correspondentemente encurtado.

Resposta simples: a 2ª parte deverá ter apenas 28 minutos.

É verdade que não é fácil convencer alguns Oficiais (já nem falo do público...) de que é este o procedimento correcto, mas a verdade é que a regra é clara. Mas este até é dos casos em que considero o desconhecimento da regra como "normal", ou pelo menos "aceitável", por parte de jogadores e técnicos. Oficiais responsáveis por equipas e/ou Directores de Campo já poderão/deverão ter mais conhecimento sobre estas regras "laterais".

Vou continuar a falar sobre estes casos raros (mas possíveis...) nos próximos posts.

5 comentários:

gupi disse...

Já vi foi um jogo que teve tempo a menos e não a mais. Cerca de 30 e poucos segundos a menos. E o jogo estava por 1 golo de diferença.

Jorge Almeida disse...

Sr. Eng.,

1º) Em relação a este assunto, muito embora não sabia que havia esta regra, acho a regra perfeitamente compreensível. O livro de regras refere 60 minutos de jogo, e esses 60 minutos têm de ser jogados ...

2º) Em relação ao assunto da mensagem anterior, compreendo a opção tomada, mas também não me escandalizaria se estivesse estabelecido um mínimo de jogadores por equipa. É certo que é uma hipótese académica, mas, pelas regras, e dado que as regras deixam ao critério subjectivo dos árbitros, pode acontecer um período de jogo de 7 contra 1, o que, na minha opinião, não é nada bonito ...

3º) Outra regra que, pelos vistos, mudou, mas que não sabia, é a regra da substituição dos árbitros.

No seguinte link, encontra-se a descrição dum caso que aconteceu no fim-de-semana passado:

http://afifedigital.blogs.sapo.pt/354062.html

Pelos vistos, o facto é que a dupla de árbitros não apareceu no jogo.

Na época passada, lembro-me de ter relatado aqui uma ocasião semelhante, acontecida no mesmo pavilhão onde decorreu este jogo (deve ser karma!), em que foram buscar um árbitro do desporto escolar que estava na bancada, pois, aí, só faltou um dos Srs. Árbitros. Na altura, até lembro-me de ter manifestado que mais valia ter sido o oficial de mesa a arbitrar o jogo, pois o árbitro era juvenil e estava a arbitrar jogo em que alguns dos jogadores tinham idade para serem seus pais ...

Neste jogo, pelo visto, foram os capitães de cada uma das equipas que arbitraram o jogo. Acho que não é má solução, e que melhora se os capitães entenderem que vestir a camisola de árbitro é tentar (pelo menos) ser isento em relação às 2 equipas.

É que esta solução pode criar situações complicadas:

- Somente se aplica aos seniores, ou também se aplica aos escalões de formação?

- Que coragem tem um árbitro de sancionar o seu treinador ou colegas de equipa, sujeitando-se a sanções posteriores (tipo "a partir de agora não jogas mais comigo")?

- Como é que se reage quando se verifica que o companheiro de dupla está, objectivamente, a favorecer a sua "equipa de coração" (não esquecer que esta é uma dupla de ocasião)?

Carlos Capela disse...

David, se calhar foi um caso muito particular, uma falha...

Jorge, vou apenas comentar GENERICAMENTE o que se passou em Afife.
É sempre uma situação delicada, de todo longe da ideal.
As regras aplicam-se a todos os escalões, não só aos seniores.
Se me pergunta se um árbitro terá coragem de sancionar os seus colegas, então eu respondo dizendo que se não tem essa coragem mais vale não apitar o jogo. Pior, se um treinador tem esse tipo de mentalidade, então que peça urgentemente a reforma! Isso é do mais anti-pedagógico e anti-social que pode acontecer...
Como se reage se se notar que o outro está a favorecer a sua equipa... não sei. Nunca passei por isso! Mas com certeza não será uma situação fácil.

São casos muitíssimo pontuais, mas que podem acontecer.

Jorge Almeida disse...

Sr. Eng.,

1º) nem estava à espera que comentasse a situação específica que ocorreu em Afife. Nem eu, nem acho que ninguém ...

2º) Talvez tivesse-me lembrado do tipo de caso mais grave, mas, nestes casos, a coacção pode vir também dos colegas de equipa (tipo "vê lá o que fazes", "se apitares contra nós, pomos-te de lado", etc ...).

Não nos podemos esquecer que são miúdos com miúdos, e que reagem como miúdos ...

Para já não falar que nem todos os treinadores e oficiais são modelos de comportamento ...

Quanto a haver um árbitro a favorecer uma das equipas, pus mais esse caso nas situações de duplas de ocasião, em que ambos os árbitros são chamados à ultima da hora, da maneira relatada na situação ocorrida em Afife. Nem espero que uma situação dessas ocorra numa dupla consolidada como a que o Sr. Eng. mantém com o seu companheiro de dupla.

2º) O sueco-norte-americano Christer Ahl veio com um artigo a comentar as conclusões do Fórum IHF acerca das regras de jogo e da arbitragem de andebol em geral.

Aqui vai o link:

http://teamhandballnews.com/news.php?item.1117

Carlos Capela disse...

Destaco a parte final da intervenção do Christer Ahl. Qualquer desvio à norma das regras pode ser mal interpretado logo de seguida...
Assim se passa com estas indicações para este ano. Sempre que há alguma coisa nova, há sempre 1001 interpretações até se chegar à uniformidade pretendida.