domingo, 26 de junho de 2011

FIM DE ÉPOCA EM BELEZA

Penso que acabei hoje a minha época. Permitam-me um "Ainda bem!", porque confesso que estou bastante cansado e a precisar de férias andebolísticas.

E penso que me despedi da melhor forma. Dirigi um jogo regional de minis, entre o Oleiros e a Sanjoanense, e foi algo absolutamente delicioso.
Tenho mesmo que destacar este jogo, acreditem que tenho.
Primeiro, uma palavra aos técnicos de ambas as equipas, que não protestaram um único lance ao longo do jogo todo. Puseram de parte a campeonite que infecta estes escalões, por vezes, e colocaram o prazer de ver os miúdos correr e divertirem-se com o jogo.
Segundo, os parabéns aos atletas, que se calhar nunca vão saber que eu estou a escrever isto aqui, e de certeza que não sabem se tenho 12 anos ou 12 dias de experiência. Foram espectaculares, jogaram o jogo no seu estado mais puro, mais inocente, mais cru... mas mais bonito que pode haver. Miúdos muito educados, a aceitar conselhos, a saber dirigir a palavra, a saber ouvir... Simplesmente fantásticos!
Depois, uma palavra para os pais dos atletas dos 2 lados, que claramente foram apoiar os miúdos sem se preocupar com as decisões do árbitro. Compuseram muito bem a bancada do pavilhão, e souberam apoiar os miúdos do princípio ao fim. E este elogio que faço aos pais é raro, porque (deixem-me ser mauzinho...) os pais sabem bem como complicar a vida aos árbitros... Hoje, estiveram impecáveis!
Por fim, uma palavra para mim próprio, que curti este jogo à brava!

Assim, o andebol vale a pena!

6 comentários:

Anónimo disse...

Carlos
Isso é andebol, isso é educação, isso são princípios básicos mas já importantes.
Jogadores, treinadores, familiares, árbitros, todos os elementos envolvidos no jogo estão de parabéns.

Não será esta situação um exemplo para outras classes etárias?

Obrigado Carlos por nos ter trazido a público um exemplo de "primeira água".

Abraço

Carlos Capela disse...

Não há nada para agradecer aqui, a não ser o meu agradecimento para com os miúdos...
No fundo, o que isto prova, é que não é difícil fazer do andebol e do desporto uma festa, assim haja espírito para tal...

Um abraço.

Anónimo disse...

Parece que afinal a Sanjoanense não é aquela equipa tão indisciplinada como todos os árbitros julgam.
Os jogos dessa equipa podem sempre tornar-se em momentos como este Carlos.

Sei que é difícil não castigar uma equipa um pouco rude em certos momentos. Mas será que o esteriótipo já não estará previamente criado? Será que são só os intervenientes directos da Sanjoanense(jogadores, atletas e muito raramente a bancada) são os únicos a ser rudes?

As atitudes de árbitros como o Carlos, que é dos árbitros mais justos por quem tive o prazer de ser apitado, sejam erradas, porque não são, mas existem árbitros de nível inferior ao seu, que muitas vezes erram de forma clara, e apesar de ser para os dois lados acabam sempre por o fazer em jogos de importância elevada tanto para a Sanjoanense como para o seu adversário. Penso que isto faz com que o jogo se torne mais impulsivo, e daí ocorrerem situações menos boas, como as agressões e os ataques verbais dentro e fora do campo, tanto entre atletas como na relação árbitro/atleta e árbitro/treinador.

Seria melhor todos os árbitros esquecessem os esteriótipos de equipas, para que o ANDEBOL se tornasse ainda mais uma FESTA.

Apesar de tudo agradeço a imagem que passou publicamente da minha equipa.

Obrigado mesmo, e até breve ;)

Carlos Capela disse...

Não julgo a Sanjoanense como uma equipa mais indisciplinada que as outras. Já tive jogos quentinhos, enquanto árbitro e enquanto jogador, com a Sanjoanense como interveniente, mas isso acontece com qualquer equipa, em qualquer pavilhão, em qualquer lugar, com qualquer árbitro ou qualquer jogador...

Todos os intervenientes num jogo têm um papel decisivo no desenrolar do mesmo. É verdade que muitas vezes as coisas levam um caminho negativo por culpa dos jogadores, ou técnicos... mas por vezes o culpado é o árbitro, sim.

Sei que por vezes também falho no meu comportamento, e que faço coisas que, no mínimo, não devo. Mas tento manter-me focado no meu papel. E isso leva-me a, acima de tudo, tentar ser justo. Prefiro apitar mal para os 2 lados do que acertar num lado e errar no outro. Isso é desvirtuar o jogo e às vezes acontece sem a gente querer. Acreditem que o árbitro é o primeiro a aperceber-se dos erros que comete, e que paga caro por isso.

Sei que não posso pedir esta festa em jogos em que o grau competitivo é superior. Mas foi um prazer muito grande ver que nem em todo o lado a doença de ganhar um jogo nestes escalões de base se sobrepõe ao prazer de ver os miúdos a divertir-se.

Por isso mesmo, reafirmo que Oleiros e Sanjoanense estão de parabéns. A ambos tiro o chapéu.

Anónimo disse...

Já fui arbitrado várias vezes pelo Sr. e poucas foram as que achei que fosse de má qualidade. Mas quando um dos árbitros parece ter algo de que simplesmente não gosta, ou porque erra sem qualquer tipo de culpa, a dupla tende a "castigar" mais essa equipa. E é pena que muitas dessas vezes seja a Sanjoanense a equipa rasurada, porque é isso messmo que acontece, ouvem se histórias entre árbitros sobre um jogador, e a partir daí esse jogador, e a equipa a que ele pertence passam a ser tendencialmente castigadas porque um árbitro e um atleta simplesmente se desentenderam.

Acho que é preciso haver imparcialidade dentro e fora do campo, e não se deve julgar um jogador porque este em jogos anteriores não concordou com decisões do árbitro.
Acho que apesar de poder não concordar, aceita o meu ponto de vista, e não sou ninguém para julgar os árbitros, somos todos humanos, logo todos erramos, mas seria uma grande felicidade poder viver uma época sossegada para ambas as partes, e saber que a cada jogo se espera uma FESTA, com o ANDEBOL do melhor, um momento de puro desportivismo e de alegria.

Deselho-lhe umas Boas Férias :)

Espero voltar a encontrá-lo no campo.

Carlos Capela disse...

Não concordo com tudo o que disse mas sim, compreendo-o... Claro que o sentimento menos bom provocado por situações passadas pode existir, e existe mesmo muitas vezes. Mas não são só os árbitros... :)

Quantas vezes um jogador pensa, por exemplo quando um árbitro entra no pavilhão para apitar um jogo "É este filho da mãe? Ui, já perdemos..."? Eu fui jogador, sei bem que isto acontece... e acredite que isso condiciona os jogos, mesmo que a culpa não seja do homem do apito.

O ideal é nada disto acontecer, para que um jogo de andebol possa ser 1h30 e bem passada...

Bom descanso e até à próxima época! Se todos por cá continuarmos, a gente encontra-se de certeza. :)