terça-feira, 26 de janeiro de 2010

INTERRUPÇÕES INESPERADAS

ESTE POST SOFREU UMA CORRECÇÃO.
POR FAVOR CONSULTAR O POST DO DIA 3 DE FEVEREIRO DE 2010.
Compete-me fazer um pequeno post com um esclarecimento, com uma informação que infelizmente escapa a muita gente.
Quando ocorre uma interrupção inesperada no jogo, o recomeço é feito atendendo à forma como o jogo estava quando foi interrompido. Particularmente, porque é este o propósito que me leva a escrever este post, quando o jogo é interrompido durante uma CLARA OPORTUNIDADE DE GOLO, o mesmo tem início através de um livre de 7m.
Esta minha afirmação é suportada pela regra:

14:1 Um lançamento de 7 metros é assinalado quando:
a) (...)
b) existe um sinal de apito injustificado no momento de uma clara oportunidade de golo;
c) uma clara oportunidade de golo é impedida através da interferência de alguém não participante no jogo, por exemplo um espectador entra no terreno de jogo ou então pára os
jogadores por intermédio de sinal de apito.
Por analogia, esta regra também se aplica em casos de “força maior” tais como um súbito corte de energia eléctrica que interrompe o jogo precisamente durante uma clara oportunidade de golo.

15 comentários:

Jorge Almeida disse...

Sr. Eng. Carlos Capela,

desde quando esta regra está em vigor?

Como interrupção inesperada do jogo, também se compreende a entrada em campo de pessoas que não estão inscritas na ficha de jogo?

Tenho uma situação em concreto fixada na minha cabeça que ocorreu no domingo de Pascoela de 1993, da qual fui espectador privilegiado.

Suponha que, na final dum torneio como eram os antigos Encontros Nacionais (com o drama de quem encarava aquilo como a final do Nacional que, à época, a FAP negava-se a organizar), a menos de 1 minuto para o final, a equipa que perdia por 1 golo de diferença rouba a bola na sua defesa sem qualquer falta, a mesma jogadora "desce pelo campo fora" até à baliza adversária, e, quando vai para saltar com aquele querer de quem se prepara para marcar golo (e sabe que vai ser golo), entra em campo uma oficial da organização do torneio, suscitando a interrupção do jogo.

Sabe como é que o jogo foi reatado? Com a equipa que tinha perdido a bola instalada à beira da sua área de baliza.

A dupla de arbitragem desculpou-se com as regras que havia na altura.

Sabe outra coisa: Quem se preparava para marcar golo nessa situação, hoje em dia é uma das principais jogadoras da equipa sénior do clube que, então, era o adversário. E já foi internacional A. Veja lá as voltas que o mundo dá!

B. Marques disse...

Olá Capela...

No seguimento da leitura deste post surgiu-me uma dúvida, parece-me, pertinente...

Numa situação em que o jogador da equipa "X" está em fase de remate, e surge um time-out da sua equipa, deve-se restabelecer o jogo após comprido o minuto, com 7 metros?

Abraço e bons assobios!

Carlos Capela disse...

Boa tarde, Jorge.
Esta regra está em vigor há já uns bons anos. Lembro-me de a aplicar nos meus primeiros tempos de árbitro nacional, confesso que não sei se antes era assim.
A situação que descreve adequa-se perfeitamente no espírito desta regra, e à luz das regras em vigor agora, é a típica situação de livre de 7m. A equipa que está a atacar e com a ocasião de golo criada, não pode de forma alguma ser prejudicada por uma interrupção exterior...

Bruno,
a tua dúvida é pertinente, sim. Mas neste caso de forma alguma pode ser livre de 7m. Esta regra é feita para não prejudicar a equipa de influências exteriores, não para a beneficiar após um pedido de time-out. Imagina um caso extremo que poderia acontecer se o que disseste pudesse ser aplicado:
- Faltam poucos segundos para acabar o jogo;
- Uma equipa faz contra-ataque rápido e o jogador vai isolado;
- É solicitado time-out.

Achas bem que o jogo começasse com livre de 7m??? Nunca na vida... ;)

Anónimo disse...

Sr.Capela,e quando o GR leva com a bola na cara e a bola ressalta para o Pivôt que está em situação priveligiada,mas nesse espaço de tempo o árbitro pára o jogo.
O jogo recomeça com livre de 9 ou 7 metros?

Carlos Capela disse...

Talvez tenha visto o meu jogo de Domingo.
O ideal é parar-se o tempo assim que o guarda-redes é atingido, antes que a bola ressalte para alguém.
Quando o lance é demasiado rápido, o pivot recebe a bola e já vai em acto de remate quando se interrompe o jogo, deve recomeçar-se o jogo com livre de 7m.

Jorge Almeida disse...

Sr. Eng. Capela, obrigado pela resposta.

Tenho que admitir que uma situação tão antiga (está quase a fazer 18 anos, como o tempo passa!) manteve-se na memória porque eu estava no banco da equipa a quem sucedeu este infeliz episódio, pois era um dos dirigentes da equipa (agora dizem-se "oficiais").

Tinha 17 anos na altura, e tinha participado em quase todos os treinos daquela equipa de iniciadas femininas desde 1 ano antes, para além de ir a quase todos os jogos daquela equipa naquela época de 1992-93. A acrescentar, o treinador tinha, na altura, 19 anos, e ainda tínhamos um outro director (que ajudava aos treinos da equipa) com 15 anos. Isto tudo a levar a equipa da casa, com atletas com 13 e 14 anos de idade, à final dum ENIF.

Sabe, nós no clube sempre demos mais importância à formação pessoal e académica das pessoas que aos resultados das equipas dos escalões de formação.
No entanto, imagine-se, com uma "equipa técnica" assim tão jovem, numa final de ENIF, ainda por cima disputada no pavilhão onde costuma treinar e jogar em casa, que, para acrescentar ainda mais pressão, estava de tal modo superlotado de público que o Presidente da Câmara Municipal (e restante vereação) teve de assistir ao jogo ao longo da linha lateral (que estava bastante preenchida de pessoas).

Quando leio a literatura sobre a prioridade que há que dar à formação académica e pessoal das atletas nos escalões de formação, concordo plenamente, mas não deixo de pensar que há situações e situações ...

Carlos Capela disse...

E que falta fazem esses encontros aos miúdos de agora!
Acho que os ENIF's e os ENIM's eram um momento óptimo para os miúdos crescerem no Desporto de forma saudável, com algum espírito de competição, mas com maior espírito de diversão, graças às provas extra-competição que havia entre as equipas.
Não gosto de ver a "campeonite" incutida nos miúdos. Quando são novos, eles devem é aprender a divertir-se com a bola e com os amigos, sem pensar apenas e só em ganhar.

Jorge Almeida disse...

A inscrição dos clubes, no início, era simbólica, o que dava para muitos participarem.

Mais ainda que as provas extra-competição que falou, eu apreciava o convívio entre as atletas das diferentes equipas, bem como entre os treinadores e directores das diferentes equipas. Era uma coisa maluca quando todos os directores e treinadores se reuniam na sala que lhes estava destinada para dormirem.

Conhecíamos pessoas interessantes que estavam em clubes doutras Associações Regionais, as suas virtudes, os seus problemas, etc ...

Mas mesmo nessas provas extra-competição, era divertido ver as atletas empenharem-se a fundo em manifestações culturais de palco que sempre havia, nos concursos de livres de 7 metros, etc ... Chegou a haver concertos musicais dados na última noite do torneio, por grupos musicais locais, veja lá!

Mas também havia alguns aspectos maus, como, por exemplo, a falta de cuidado da FAP em examinar os recintos de jogo (cheguei a ter jogos em ringues de cimento ao ar livre, com o cimento a exibir rachas, a jogar em pavilhões que não tinham linhas laterais, etc ...), para já não falar na desigualdade de nível entre as equipas que fazia acontecerem, algumas vezes, resultados do tipo 52-0.

Não se espante, ao todo fui a 3 ENIF. Só não fui a um 4º porque calhava-me na época de frequências.

Anónimo disse...

Não conheço a regra mas penso que se a bola embate na cara do guarda-redes o jogo deve ser "imediatamente" interrompido, razão pela qual se torna irrelevante para quem é o ressalto da bola.
Esta regra existe concerteza para a salvaguarda da integridade do guarda-redes e, portanto, independentemente da habilidade ou rapidez do arbitro a apitar, o jogo deve-se considerar como interrompido logo que o facto que justifica a interrupção ocorre, não?!
Desculpem lá o abuso da ignorância, até nem percebo nada disto mas parece-me que o reinício do jogo com a realização de um livre de 7 metros a favor da equipa que provocou o facto que originou a interrupção do jogo não faz nenhum sentido sentido.

ACS

Carlos Capela disse...

Compreendo o que me diz, mas repare, a integridade física do guarda-redes continua a ser defendida quer se marque o livre de 7m ou não.
Além disso, não é só a sua integridade física que está em causa, mas também a preservação das condições para que o jogo decorra normalmente. Ao interromper-se o jogo aquando de uma clara ocasião de golo por o guarda-redes estar lesionado, está a preservar-se a igualdade de circunstâncias para os intervenientes. E o jogo deve ser reatado conforme mandam os regulamentos para as interrupções inesperadas, no caso, com livre de 7m.

Jorge Almeida disse...

Sr. Eng.,

boa sorte para os seus jogos do fim-de-semana.

Quando é que o vemos na TV?

Sabe se aconteceu alguma coisa à dupla Nicolau / Caçador no Europeu que está a decorrer na Áustria? Até agora, só apitaram 2 jogos da 1ª fase, nada na 2ª, mas ainda estão na Áustria.

Carlos Capela disse...

Peço desculpa por só agora ter podido responder-lhe.
Não faço a mínima ideia do que terá acontecido, se é que aconteceu, alguma coisa. Nem tão pouco tive oportunidade de acompanhar como gostaria o Europeu...

Muito obrigado.

Jorge Almeida disse...

Sr. Eng. Carlos Capela,

dado que escreveu que não teve "oportunidade de acompanhar como gostaria o Europeu", permita-me que chame a sua atenção para o seguinte artigo:

http://teamhandballnews.com/news.php?item.938

O autor deste artigo já foi observador de árbitros em Mundiais, e aqui fala do nível da arbitragem deste Europeu em geral.

Quanto à prestação da dupla Nicolau / Caçador, vi a arbitragem deles no Rússia - Ucrânia (em que estive a torcer por eles), e estiveram bem. O outro jogo, não vi. Por isso é que estranho, eu e muito do pessoal que intervém nos blogues, o porque de não terem apitado nenhum jogo da 2ª fase. Ainda mais estranho fica quando o desempenho da dupla de arbitragem da Final foi, na 2ª parte, na minha opinião, abaixo do que Nicolau / Caçador normalmente fazem na PO01.

Carlos Capela disse...

Muitos dos problemas que o autor do artigo refere são transferíveis para a nossa realidade em Portugal. Sem falar individualmente de pormenores técnicos, realço que é difícil atingir a uniformidade de critérios na arbitragem porque trabalhamos poucas vezes juntos. O calendário é de tal forma apertado que não nos dá margem de manobra.

Quanto à prestação do Eurico e do Ivan, não vi os jogos deles nem o da final. Não posso dizer nada.
Mas o que posso dizer com toda a certeza, é que eles são bons árbitros e toda a gente sabe disso. Se assim não fosse não estariam no patamar em que estão.

Anónimo disse...

Agradecia escrarecimento quanto ás seguintes situações:

CLARA OPORTUNIDADE DE GOLO como se define tal situação?

JOGO PASSIVO após o levantar do braço, arbitros, o que é possivel fazer no ataque para não incorrer na respectiva sansão?

O BALIC jogou com um colete laranja na final do europeu é possivel e normal acontecer o mesmo por cá?

Obrigado pela atenção e parabens pela iniciativa.